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House of Gucci | Crítica com spoilers

House of Gucci estreou no dia 25 de novembro e tem trazido críticas mistas sobre o enredo, a direção e a atuação de Lady Gaga, Adam Driver e outros gigantes de Hollywood.

O filme aborda a relação de Patrizia Reggiani (Lady Gaga) com o herdeiro da marca de luxo Gucci, Maurizzio (Adam Driver) . Desde a primeira vista, Patrizia se encanta pela representação de riqueza e poder de Maurizio e, como fica mais do que claro no filme, se interessa por conquistar a vida dos sonhos ao seu lado.

Do casamento à morte de Maurizio, o filme retrata a ganância de Patrizia e dos Gucci, que têm uma relação conturbada – como vemos em outras famílias ricas da realidade e da ficção. Acompanhe o que o Multiverso+ achou do longa.

A partir deste trecho, a crítica contém spoilers.

 

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Comecemos com as atuações que, num geral, foram bem caricatas. O sotaque italiano nas falas em inglês soaram quase como se estivesse assistindo a uma novela.. As poucas falas em italiano agradaram mais, como o padre que celebra o casamento de Patrizia e Maurizio. 

A atuação de Lady Gaga ou o roteiro a colocou com uma mulher interesseira um tanto quanto…demais. A impressão que temos é de que o filme exagera nas falas e atos da Patrizia para entregar que ela era uma pessoa interesseira. Cenas como a primeira vez que eles vão a um restaurante ou quando ela limpa a bochecha de Maurizio depois de comerem parecem querer estampar em neon bem grande “Patrizia quer Maurizio”. Ok, entendemos! Não há necessidade de uma atuação – ou roteiro – tão forçados.

As atuações de Jared Leto como primo Paolo e seu pai, Aldo, interpretado por ninguém menos que Al Pacino, também confundem. Um filme sobre um drama familiar, um assassinato e uma sede de ganância chega a ser ilegal ter esse alívio cômico. Paolo não foi retratado como na realidade e, de acordo com a própria família Gucci, nem Aldo.

A trilha sonora é outra que confunde, com momentos dramáticos serem emoldurados com músicas alegres e vice-versa. Não deixam de ser músicas ótimas, mas o timing parece errôneo.

O papel de Selma Hayek como a cartomante Pina parece pitoresco demais, ainda mais depois de ler sobre quem ela era de fato. O crescimento da amizade com Patrizia fica obscuro.

Maurizio de Adam Driver é contido, e talvez por isso consideramos uma boa atuação. Entretanto, apesar do filme ter quase 3 horas de duração, o desenvolvimento da separação dele de Patrizia evoluiu rápido demais para um personagem que mal se impunha sobre o império que sua família possuía. Mais rápido ainda é o que ele se torna: um homem de luxos, que gasta em carros e casas, tão contrastante com o que (pouco) mostrado de seu casamento.

Sentimos falta de o desfecho contar com a resolução do crime, em como Patrizia foi descoberta como mandante do assassinato. Apesar de esse não ser o enfoque do enredo, que prefere mostrar a construção e destruição do casamento de Reggiani e Gucci, faltou arquitetar melhor o ápice dessa ruína – sobre a qual Patrizia se torna uma persona tão infame.

Apesar disso, as movimentações de Gaga como uma mulher ambiciosa e excêntrica são ótimas, principalmente no final, quando ela retira a amante de Maurizio de casa.

Mesmo assim, o filme peca ao trazer falas forçadamente impactantes, que claramente visam virar icônicas – mas que soam deslocadas do tom do filme.

O filme não é de todo ruim, você se vê engajado na história e curioso com os acontecimentos, se perguntando onde e como as coisas vão desandar. Vale a pena conferir de qualquer maneira. 

Por isso, o filme recebe a nota 6,5/10.

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