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Imagem de Sophie Thatcher como Iris em Acompanhante Perfeita (divulgação: Warner Media)

Acompanhante Perfeita é humor crítico e violência no ponto certo

Lançado no dia 30 de janeiro deste ano, Acompanhante Perfeita (Companion, no original) é um filme que une a comédia com suspense e uma pitada de ficção científica para entregar uma experiência bem divertida, mas com bastante violência. Com roteiro e direção de Drew Hancock, o longa teve um orçamento modesto para os padrões de Hollywood, com US$10 milhões, mas já triplicou esse valor e bateu os US$30 milhões de lucro ao redor do mundo, além de conseguir agradar público e crítica.

O longa nos faz estabelecer um vínculo afetivo entre nós e a relação entre Iris e Josh, mostrando como foi “amor à primeira vista”, mas desde o início nós podemos ver como a personagem de Sophie Thatcher é tratada diferente das outras pessoas presentes no círculo social do seu namorado, mesmo sem saber que é um robô. Isso levanta o debate sobre questões éticas sobre o relacionamento entre humanos e máquinas, e as consequências que isso pode acabar criando, o que nos engaja nos eventos que acontecem ao longo do filme.

A partir disso, a atuação de Sophie Thatcher como Iris, que vinha sendo focada em cenas românticas e deixas humorísticas, entrega todas a agonia e as dúvidas da robô após descobrir o que realmente é, na sua luta pela própria existência, o que dá um ritmo equilibrado ao longa, mesmo nos momentos em que vemos cenas de violência na tela. Enquanto isso, Jack Quaid entrega tudo aquilo que já vimos dele como Hughie em The Boys, sendo desastrado enquanto tenta bancar alguém mais maduro do que realmente é, com algumas poucas mudanças para representar Josh.

Imagem de Jack Quaid interpretando Josh e Sophie Thatcher como Iris em Acompanhante Perfeita (divulgação: Warner Media)
Divulgação: Warner Media

Já no lado sério das coisas, outra coisa que o filme faz muito bem é tecer uma crítica sobre as nossas próprias relações humanas, especialmente nas questões de gênero, o mal das idealizações românticas e o comportamento incel. Josh é um homem adulto que não tem sucesso com as mulheres, mas é o clássico “cara legal, mas que foi desvalorizado” (uma cena muito boa é a que resume tudo isso em menos de 5 minutos, além de mostrar de onde vem a inspiração para o nome da sua robô) e vê em Iris a chance de ter a namorada perfeita, que vai agir de acordo com todas as suas vontades, já que ele tem total controle sobre ela – o que causa situações que mostram relação direta com os abusos que as mulheres sofrem hoje em dia.

Um dos principais pontos positivos de Acompanhante Perfeita é abordar todos esses temas de uma forma correta, mas sem deixar isso torná-lo um “filme-palestra”, mantendo o humor e todos os elementos que fazem dele um filme divertido, que não se estende além do que deveria. Por não ser um grande blockbuster, este é um filme que entrega aquilo que se propõe, tendo um ritmo gostoso para os fãs de comédias românticas que tem um pezinho no gênero de suspense.

Sinopse:

“Acompanhante Perfeita segue o casal Iris (Sophie Thatcher) e Josh (Jack Quaid) num final de semana entre amigos numa casa de campo luxuosa e tranquila. Apaixonados, os dois vivem um romance de cinema. Mas nem tudo é o que parece: Iris é um robô. A viagem toma, então, um rumo inesperado, com perseguições, sangue e revelações estrondosas. Será que o casal sairá vivo desse pesadelo?”

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Se possível, eu recomendo que você assista sem conferir o trailer, que na minha opinião revela demais sobre os eventos do filme. Mas como isso fica ao critério de cada um, deixo abaixo o trailer de Acompanhante Perfeita para aqueles que querem saber um pouco mais sobre o longa antes de ir ao cinema:

 

Comentários

Nascido em 98 na pequena Pindamonhangaba, sou um cara comum que curte falar de filmes bons, música e o que mais eu estiver gostando no momento.

Nascido em 98 na pequena Pindamonhangaba, sou um cara comum que curte falar de filmes bons, música e o que mais eu estiver gostando no momento.

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