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Crítica: A Substância precisa ser assistido e vai explodir sua cabeça

O envelhecimento feminino é colocado sob um microscópio em A Substância, novo filme protagonizado por Demi Moore e Margaret Qualley. O longa é um delicioso desabafo sobre como a sociedade vê as mulheres e os procedimentos aos quais muitas se submetem para serem notadas e apreciadas pelo maior tempo possível. Principalmente no mundo das celebridades.

Na trama, Elisabeth é uma celebridade do mundo fitness, daquelas aulas de ginástica dos anos 80 com collants bem grudados e coloridos. O problema é que a emissora do seu programa de TV acha que com 50 anos ela perde todo o apelo e precisa ser substituída por alguém mais jovem. Detalhe: ela está maravilhosamente bem e o número 50 é cruel de forma semivelada.

E em meio a um momento de luto de sua carreira e sem saber qual seria seu próximo passo, Elisabeth é convidada a conhecer A Substância (clique no link para saber mais sobre este produto fictício). Um novo produto que está sendo testado e promete juventude dividindo as células da pessoa para formar um novo ser humano melhorado e mais jovem. Fargeat não poucou esforços para mostrar cada detalhe escatológico do procedimento e manutenção. Tudo com um grande uso de maquiagem e efeitos práticos extremamente realistas

Assim surge Sue, uma versão perfeita estilo Barbie da Elisabeth, que inclusive acaba se tornando sua substituta e nova queridinha na emissora. Mas há regas a serem seguidas a risca. Não há espaço para erros, assim como jamais alimentar um Mogwai após a meia noite em “Gremlins”.  E tenha certeza de que você não gostaria de sentir os efeitos de um erro, se estivesse testando A Substância.

Loucura? Sim, mas um bom paralelo com a realidade. Além de extremamente realista – até certo ponto da história – para fisgar o espectador e deixá-lo curioso até o fim.

Prepare-se para ficar chocado várias vezes ao decorrer do filme. Eu mesma tive um momento que abri a boca e demorei a fechar novamente em total descrença com o que estava vendo, mas sem querer desviar o olhar nem por um segundo.

E o que falar da sensação de desconforto crescente ao longo do filme? Inicialmente, o personagem de Dennis Quaid bem próximo em uma grande angular é tudo que precisa para gerar desconforto em uma mulher como o típico machista causa essa sensação. Quaid está nojento e por isso brilhante no papel. Mas a diretora faz questão de amplificar o desconforto, sem precisar de um homem para causá-lo, com o passar do tempo e tudo começar a dar errado no experimento.

Elisabeth cria uma bola de neve de desconforto para si e para o público, mas mesmo com as ferramentas para frear optam por seguir adiante e aumentar cada vez mais essa bola de neve. Demi Moore não precisa falar muito, mas de forma primorosa nos faz sentir tudo que sua personagem está sentindo e entender completamente seus motivos.

Não me leve a mal, pois não estou criticando o desconforto. Ele foi implantado nas cenas com o propósito de nos fazer sentir na pele (ou o mais próximo possível disso) o desespero das protagonistas e gerar reflexão de até onde cada um de nós estaria disposto a ir no lugar delas.

Há também referências a alguns filmes como “Barbie”, “Beleza Americana” e “Carrie A Estranha”.

Por fim, devo mencionar o final, sem spoilers. O filme é dividido em três momentos e por mim o fechamento do segundo momento estava ótimo para encerrar o longa-metragem. Tudo o que vem em seguida seguiu por um caminho diferente do restante do filme, apelando muito para galhofa e o absurdo. Mesmo assim, o filme é imperdível e merece ser assistido no telão do cinema.

A Substância
Lançamento: 19 de setembro de 2024
Direção: Coralie Fargeat
Elenco: Demi Moore, Margaret Qualley e Dennis Quaid

 

Para saber mais sobre o universo do cinema, acompanhe o Multiverso+.

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Produtora de conteúdo de entretenimento com mais de 5 anos de experiência na área. Estou sempre de olho no mundo em tudo que acontece nos universos de cinema, séries e games para trazer o melhor conteúdo para vocês.

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