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Crítica- Alita: Anjo de Combate, somente uma boa diversão
Estreou quinta-feira passada, Alita: Anjo de Combate, produzido pela 20th Century Fox a mais nova tentativa de trazer uma história japonesa, nesse caso o mangá seinen (quadrinhos com foco num público adulto) de Yukito Kishiro Gun-Mu no original ou Battle Angel Alita. Algo que está virando comum após diversas adaptações como as controversas Death Note da Netflix e Ghost in the Shell com a Scarlett Johansson. Isso não é algo negativo como muitos dizem, porém o oposto, mesmo com esses dois filmes tendo mais criticas negativas do que positivas, tanto de especialistas como de espectadores são filmes que podem levar parte desse público a consumir o produto original, seja lendo a hq ou vendo o anime, assim uma nova leva de fãs será criada para a obra.
Já na trama de Alita: Anjo de Combate, se passa num mundo cyberpunk, em 2563, anos após uma terrível guerra, onde existem duas sociedades, um sendo a última cidade flutuante, Zalem, onde vivem toda a classe alta (porém que não é mostrada na trama, apenas vista por baixo) a outra é onde está o resto da população e se passa todo o longa, um local violento, sem esperanças, a maior parte da população tem uma parte do corpo ou mesmo ele inteiro substituído por partes robóticas, a polícia é trocada por caçadores de recompensa que tentam manter uma certa ordem. Toda história se dá em torno do Dr Dynson Ido que logo no inicio da projeção acha a androide Alita (Rosa Salazar) no lixo, ao levar para casa e reconstruí-la descobre que ela é mais complexa do que parece. Um dos momentos interessantes é durante o MotorBall, uma espécie de esporte desse universo e a única forma de alguém subir para Zalem, para isso tendo que se tornar o campeão do jogo. Com diversas cenas de combate rápido, muitas armas e efeitos, o Motorball é o ponto alto de todo filme sem dúvidas.
Alita difere um pouco de Death Note ou mesmo de Ghost in the Shell, pelos nomes envolvidos em sua produção, porém ainda tem muitas falhas, de James Cameron, nome atrás de mega-sucessos como Titanic e Avatar e Jon Landau que também co-produziu essas obras, com a direção de Robert Rodriguez que tem em seu currículo filmes como a Trilogia do México, Um Drink no Inferno e a saga Pequenos Espiões, esse longa tem em suas costas nomes dos mais poderosos da industria no momento.
Isso se percebe claramente pelo visual de toda a projeção, com um 3D muito bem feito, cenas de batalhas bem coreografas e produzidas. Nesse aspecto o longa não deixa a desejar. Com algumas atuações medianas como no caso de Jennifer Connelly e Keean Johnson contrastando com boas atuações de Christoph Waltz, Jackie Earle Haley e Mahershala Ali. Mesmo sem que nenhum deles demostre brilhantismo passam boas atuações.
O maior problema de todo o longa é sua trama, que tenta colocar histórias demais em uma projeção de apenas duas horas, abrangendo boa parte dos nove volumes da hq original, fica parecendo que tentaram colocar o máximo possível dentro de apenas um filme, sendo uma viagem às vezes frenética e em outras melosa demais, sem um meio termo. Possuindo algumas pontas soltas ou mal elaboradas, talvez por ser muito corrido principalmente no último ato para tentar fechar tudo ao mesmo tempo. A película ainda deixa aberto para uma futura continuação uma boa parte da história, mas talvez se já estivessem pensando em transformar em uma saga, poderiam ter trabalhado essa com um pouco mais de calma.
A trilha sonora não chega a ser marcante, mas não chega a comprometer, normalmente você nem nota ela, porém ela está lá para fazer sua parte, já a fotografia é muito boa, mostrando bastante competência a sociedade distópica do filme, deixando o espectador curioso a como tudo foi parar daquela forma.
Alita: Anjo de Combate se sai bem melhor que seus antecessores em adaptações de obras nipônicas, ainda sofre porém pelas diferenças culturais e de costumes entre o ocidente e o oriente, deve desagradar principalmente aos fãs da obra original, porém para o público em geral é uma ótima diversão sem comprometimento. Até existe a possibilidade de fazer a relação entre diferenças entre classes sociais, justiça, tecnologia, entre outros temas extremamente relevantes, mas no fundo para boa parte do público não passa de cinema pipoca.
Direção 9
Atuação: 7
Roteiro: 6
Trilha: 7
Fotografia: 8
Nota Final: 7
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