skip to Main Content

Crítica | Aves de Rapina : Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa

Antes de começar essa crítica vou confessar para vocês que não esperava muito de Aves de Rapina, por conta do histórico ruim de Esquadrão Suicida. Mas devo admitir que dessa vez a DC acertou. Logo de cara quero contar isso para vocês. A diretora do filme  Cathy Yan tocou em assuntos importantes e conduziu o filme com maestria. Ele não é perfeito, mas até os melhores blockbusters tem seus defeitinhos, vai?!

Se você busca um filme divertido e com boa ênfase sobre feminismo, diversidade e aceitação de uma forma leve e engraçada, esse longa é pra você. Glitters, palavrões, mulheres fortes, cenas de lutas dançantes e nada monótomas tomam conta das telonas. E não fique preocupado se você não acompanhou muita coisa até aqui sobre o universo da Arlequina, afinal o filme faz questão de trazer alguns flashbacks e é narrado boa parte das cenas pela Margot de um jeito inteligente, é storytelling que fala? É sim.

Legal, mas e a crítica?

O filme Aves de Rapina começa com a Arlequina contando sua história desde criancinha.  Harleen Frances Quinzel, seu nome verdadeiro, conta suas experiências traumáticas com família, convento e muito mais.  Logo após, ela fala rapidamente como engatou seu namoro com o Coringa e como eles se apaixonaram loucamente um pelo outro. Mas, então, tragicamente ela leva um pé na bunda do vilão e fica muito mal com essa história.

Harleen de inicio resolve não contar para ninguém sobre seu término oficial, porque o Coringa é um vilão muito temido e por isso ela acredita que ganhou uma “imunidade extra” por estar com ele. Acontece que de um jeito ou de outro a galera acaba descobrindo tu-do. Ela resolve se emancipar do Mr. J explodindo a usina onde tudo começou para anunciar para Deus e o mundo que eles terminaram pra sempre.

É agora que o bicho pega?

E ai começa uma treta violenta com vários bad guys que querem se vingar dela por desavenças do passado. O cara que realmente quer ver essa deusinha morta é o Máscara Negra, dono de um club famosinho lá em Gotham. Ele meio que gosta de esfolar faces por ai e é conhecido como o dono do pedaço do momento na cidade.

Es que por ventura, Arlequina tromba com outras meninas que buscam também por emancipação. Canário Negro (JURNEE SMOLLETT-BELL), Caçadora (MARY ELIZABETH WINSTEAD), Cassandra Cain (ELLA JAY BASCO) e Renee Montoya (ROSIE PEREZ). E acabam se unindo por conta de um problema em comum.

É incrível ver no filme como o roteiro se desenvolve bem na questão da sororidade entre mulheres, independência e outras coisas bacanas que são temas recorrentes nos dias atuais. Mas ele deixa a desejar em outras coisas bobas e alguns furos de roteiro acontecem pelo andar da trama, principalmente em uma cena onde o clímax do filme está alto, envolvendo confrontos com o Máscara Negra. *Não daremos spoilers fiquem tranquilos*

Quanto ao vilão, Ewan McGregor faz uma belíssima atuação que combina muito com o estilo do longa. É interessante ver a relação afetiva que ele tem com seu preferido capanga, Victor Zsasz (Chris Messina). O masoquismo que ele clama junto com Victor enriquecem as cenas com suas interpretações.

Vamos falar mais sobre a Aves de Rapina?

Margot Robbie com muito glamour retrata as loucuras e alucinações da sua cabeça de forma muito animado e isso justifica muito o vai e vem e a ordem cronológica doida da mente dela. Mesmo o filme sendo “rebobinado” toda hora, não vejo outra pessoa melhor para fazer isso do que a Margot. Sinceramente, ela transformou algo que poderia ser extremamente confuso e chato, em algo fácil de levar, mesmo que tenha alguns errinhos pelo meio do caminho.

Cenas extremamente violentas e sombrias ganham cor, confetes e muito brilho desde o figurino das meninas até mesmo a armas estilosas. As imagens de luta são um verdadeiro show de passos e ritmos, sem falar que mostra como as mulheres podem sim botar pra quebrar!

E dai que vale tudo, desde puxões de cabelo, soco nos peitos, soco nas partes genitais dos homens e afins. Isso me lembra inclusive que na batalha final uma delas arruma um elástico para prender o cabelo que faz to-ta-l diferença na hora do fight.

Esse filme é sobre libertação da alma, do corpo e da mente para mulheres que sofreram machismo e preconceito no passado. Seja no trabalho ou em um relacionamento. E é por isso que ele é tão importante. O filme é uma celebração para nós mulheres do século 21. É sobre aprender ser uma pessoa melhor, mesmo com tantas dificuldades e empecilhos. É sobre GIRL POWER!

 

Nota final: 8

 

Leia mais aqui 

Comentários

Jornalista & Blogueira. Não foge de um bom filme, série ou um jogo da hora. Fã da Marvel e apaixonada por Tomb Raider <3

Back To Top