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MIB: Internacional – Crítica

E eles voltaram! Nossa organização favorita de controle alienígena na Terra está de volta com MIB: Internacional. Com uma expansão significativa do universo, esse novo filme trás novos aliens, novos agentes e uma nova dupla.

NOVA DUPLA? CADE O WILL SMITH E TOMMY LEE JONES?

Bem caro leitor, se você não viu nenhum trailer, nenhum poster, absolutamente NADA do material promocional do filme, você vive em uma caverna ou soube sobre o filme pelo bate-boca, MIB: Internacional funciona meio como um reboot da franquia.

O filme mantém toda a mitologia criada pelos três primeiros filmes, e inclusive aliens clássicos da franquia fazem uma ponta nesse e há muitas homenagens à trilogia original, mas dessa vez nós não acompanhamos as aventuras dos lendários agentes J e K. Inclusive no próprio filme os nossos saudosos agentes são tratados como lendas da organização e base fundamental na mitologia.

Agora nós somos apresentados ao agente sênior H (Chris Hemsworth) e a novata agente M (Tessa Thompson), que possuem uma dinâmica de grupo diferente dos agentes J e K, mas que funcionam muito bem juntos, mantendo assim um padrão de qualidade alta nos filmes em que ambos os atores contracenam.

Tá, ok. Então qual é desse filme?

Parando para pensar, talvez o termo reboot não seja o ideal para MIB: Internacional. Acho que quando você for ver esse filme veja-o como George Miller, diretor criador da franquia Mad Max, concebeu Mad Max: Estrada da Fúria: trata-se de revisitar esse mundo.

Aqui nós não temos uma continuação, pois isto implicaria em uma sequência direta das aventuras de J e K, mesmo que fosse com outros atores, e também não tem como classificá-lo como um reboot, afinal não estamos começando tudo do zero. O universo MIB está bem fundamentado, e não temos todo o arco de descobrimento que o agente J passa no primeiro filme acontecendo com a agente M.

MIB internacional começa em um universo que se garante no conhecimento prévio do espectador sobre o que é a MIB? Porque eles tem esse trabalho? Como eles funcionam? Etc…

Entendi, estamos apenas revisitando a franquia. Mas qual é a trama da vez?

Neste ponto podemos separar a trama em dois momentos:

  1. Molly está a procura da misteriosa agência que apagou a memória de seus pais e estava atrás de uma estranha criatura que ela ajuda quando criança.
  2. Uma dupla de alienígenas mata um importante protegido da MIB, e então os agentes H e M tem que solucionar esse caso.

Basicamente isso.

A primeira trama serve para introduzir quem nunca viu a trilogia original e estabelecer Molly como a protagonista, e isso é bem importante de frisar: a protagonista desse filme é a Molly.

Agente H serve como um guia para a protagonista ser apresentada a todo o universo de aliens, além de se estabelecer como seu parceiro. Diferente de como a trilogia original monta uma relação de mentor e aprendiz entre J e K, H e M estão meio que em pé de igualdade como personagem.

Apesar de H ser tratado como veterano e herói por outros personagens, ele na prática não consegue agir como uma figura de autoridade em relação à M ou mesmo como mentor da mesma, e M não age como uma pessoa sem conhecimento nenhum quanto ao universo secreto da MIB como J foi. Ela é mais como um grande prodígio da agência, e isso inclusive fica evidente nos momentos de ação, em que os dois personagens são igualmente bons.

Pô, legal! E o filme funciona?

Chegamos na pergunta fundamental. A resposta é NÃO!

O QUE!?

PEGADINHA DO MALANDRO!

Não, falando sério, o filme funciona dentro de sua proposta, mas tem algumas coisas que a forma como eu vejo são diferentes.

Aqui posso falar como um fã da franquia, que viu todos os filmes, e inclusive o desenho animado e como um crítico. Para mim, como um fã, o filme funciona muito bem. Agora como crítico tem certas coisas que me incomoda na estrutura do filme.

Vendo o filme como um fã, ele é muito divertido e bem dentro de toda a loucura e lógica que a franquia montou dentro de todos esses anos. MIB: Internacional respeita bem tudo o que já tinha sido apresentado antes, consegue expandir a história da agência, e nos dá uma nova dupla que, apesar de ser diferente da anterior, consegue levar o filme muito bem, e tem muita química entre os dois atores.

É impressionante como Chris Hemsworth e Tessa Thompson funcionam bem quando estão contracenando e há muita naturalidade na relação entre os dois personagens. As atuações de ambos vão se desenvolvendo muito bem no decorrer do filme, e em geral os outros personagens estão ok, desde o núcleo da MIB que temos como exemplo o Grande T (Liem Neeson) e a Agente O (Emma Thompson) aos aliens como Pawny (Kumail Nanjiani) e a Riza (Rebecca Fergunson).

Tá, e como crítico?

Nos quesitos personagens e atuações o filme vai muito bem para um blockbuster, e falo isso como um fã e como um crítico, mas quando vai para o roteiro aí que começam os problemas.

O filme não tem furos e tudo o que tem no filme segue uma lógica própria que não se contradiz, mas o grande defeito é que tudo acontece e se resolve rápido. Da relação entre M e a MIB ao problema final, quando um desafio se apresenta, há pouco desenvolvimento do mesmo e uma conclusão rápida e, sinceramente, decepcionante.

Não é que os dois não tenham dificuldades ou não correm perigo, mas as soluções para os perigos ou é muito rápida ou é muito convenientes. No próprio filme o Grande T tem um mote que é “O universo as vezes nos bota no momento certo na hora certa”, mas parece que esse “as vezes” vira um “sempre” pro roteirista.

Esse problema não estraga o filme, e sinceramente você só vai perceber mesmo se ficar pensando sobre isso, mas comparando com os outros filmes, principalmente com o primeiro, o roteiro de MIB: Internacional é bom, mas tinha mais potencial.

Há também um problema que a trilha sonora desse filme é bem qualquer coisa, quase que uma cópia do primeiro primeiro filme.

EITA, E QUAL É A NOTA?

Bem, levando em consideração que MIB sempre foi uma franquia muito mais de entretenimento do que artística, e que vendo-a dentro do conjunto da obra, esse filme se sai bem. Arrisco a dizer que ele é o segundo melhor da franquia inteira, ficando atrás apenas do primeiro filme. Dito isso uma nota apropriada seria de 07/10 na escala de qualidade do Multiverso+.

E você? O que achou do filme? Escreva nos comentários sua opinião e siga o Multiverso+ nas redes sociais.

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Um historiador por profissão, que ama cinema e televisão e escreve por diversão.

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