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Sol de Inverno é um agradável recorte sobre a vida
Após passar por diversos festivais e ter estreado mundialmente em 2024, Sol de Inverno finalmente está chegando aos cinemas brasileiros. Por onde passa, o longa-metragem dirigido por Hiroshi Okuyama conquista elogios da crítica especializada e vai encantar o grande público.
Este é o segundo filme da carreira de Okuyama e é inspirado pela música “Boku no Ohisama” (“My Sunshine“), da dupla folk Humbert Humbert. A trama é ambientada em uma pacata ilha japonesa, onde a vida gira em torno da mudança das estações. No verão os estudantes praticam beisebol, o foco dos meninos em idade escolar é em hóquei no gelo. A história gira em torno de três personagens em um inverno específico que mudou suas vidas.
O pequeno Takuya (Keitatsu Koshiyama), de 9 anos, sempre foi mal nos esportes e sente que não está em sintonia com os colegas, apaixonados por esportes. Ao assistir às coreografias de Sakura (Kiara Takanashi), uma estrela em ascensão da patinação artística, Takuya descobre uma nova atividade física que o deixa muito empolgado para aprender. O técnico de Sakura é Hisashi Arakawa (Sôsuke Ikematsu), ex-campeão da patinação artística, e ele logo percebe o interesse de Takuya e decide treiná-lo.
É lindo ver a paciência e dedicação do treinador com o novo aprendiz. O treinamento do jovem é mostrado com tamanha poesia e delicadeza, dando tempo ao tempo e demonstrando a grande dedicação e a evolução. Sem soluções de cortes rápidos revelando apenas flashes das dificuldades e evolução, como o treinamento de Rock. E com o tempo, toda a habilidade que faltava para o menino nos outros esportes parece se encaixar na patinação artística, que aprende rápido. Vendo o potencial no garoto, o treinador o convida para formar uma dupla com Sakura para uma competição da modalidade.
Esta atitude do professor acaba por transformar as vidas dos três, provocando o desabrochar deles. Sakura finalmente alcança o próximo nível, Takuya conquista real paixão e sentimento de pertencimento por uma atividade e Hisashi reascende a chama que parecia ter se apagado após ele próprio parar de competir. Assim, o trio forja um laço profundo e simbólico, que é extremamente gostoso de acompanhar.
Importante destacar que é um filme japonês, com um ritmo de narrativa mais lento, porém não arrastado. Tudo tem seu propósito para construção da história, que foge do clichê e não traça uma narrativa padronizada com uma construção de jornada do herói. Sol de Inverno apresenta de forma poética um recorte da vida.
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No Festival de Cannes, Sol de Inverno ganhou a alcunha de “joia escondida” e o filme já passou também por outros grandes festivais, incluindo Toronto, San Sebastián e a Mostra de São Paulo. No Brasil, o filme chega à sua estreia na nacional com distribuição da Michiko Filmes a partir do dia 16 de janeiro. Mas já contou com duas sessões de pré-estreia no IMS Paulista, nos dias 11 e 12/01.
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