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Tencent aposta no mercado de games brasileiro para continuar a crescer
Perante uma possível bolha no mercado de games e e-sports, a gigante chinesa Tencent quer aproveitar a popularidade dos seus jogos no Brasil para se projetar para fora dos mercados asiático e europeu.
A Tencent, que comprou norte-americana Riot em 2015, responde por jogos bastante populares no Brasil, como League of Legends (LoL) e Playerunknown’s Battlegrounds (PUBG), além de títulos como o Arena of Valor e o Clash of Clans.
“A Tencent enfrenta o mesmo desafio de empresas como Twitter, Facebook e Whatsapp: a cobrança dos acionistas por incremento de dois dígitos nos ganhos todo ano”, diz Robson Vioretto, especialista no mercado de jogos e professor de design de games Universidade do Extremo Sul Catarinense.
No segundo trimestre deste ano a empresa teve queda de 2% no lucro líquido na comparação interanual, para 17,87 bilhões de iuanes (equivalente a US$ 2,59 bilhões). Na mesma base de comparação, a receita subiu 30%. A cifra, apesar de alta, foi a menor desde 2015.
Durante apresentação de resultados, o presidente da companhia, Martin Lau, creditou o crescimento moderado a questões de liberação e autorizações para começar a cobrar pelo videogame PlayerUnknowns Battlegrounds (PUBG) na China. “Os fundamentos de jogos estão tão fortes quanto sempre”, disse Lau.
A Tencent planeja, aqui no Brasil, continuar a investir no LoL. “O Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL) de 2018 está na 7ª edição e é um sucesso. Por aqui o evento acontece no Allianz Parque e é organizado pela Riot Games Brasil”, disse Vioretto.
Segundo um relatório da Interactive Advertising Bureau no Brasil (IAB Brasil) a primeira etapa de 2018 do CBLoL gerou cerca de 1 milhão de horas de visualização e seus vencedores levaram para casa US$ 20 mil, em um prêmio total de US$ 59,2 mil. Para o evento, cerca de 1,6 mil pessoas comparecem na arena, em São Paulo.
A dificuldade agora é pensar em como fazer outros jogos e aplicativos da empresa seguirem o mesmo caminho. Segundo o pesquisador sênior do instituto de pesquisas da Tencent, Yi Wang, o aplicativo WeChat, por exemplo, pode ser usado no Brasil, mas o Whatsapp ainda domina o mercado de mensagens instantâneas no País. Segundo ele, a companhia vai muito bem na expansão em outros países com a parte de jogos, mas no WeChat sofre com a falta de tecnologia para pagamentos móveis em alguns países. Isso porque o aplicativo tem uma função muito utilizada na China para fazer pagamentos, assim como o AliPay, da também gigante chinesa Alibaba.
Na China é comum ver pessoas de todas as idades usando o celular para pagar tudo, enquanto em outros mercados, como o Brasil, ainda há resistência. É justamente essa característica que Wang acredita ser um diferencial. “A grande vantagem é que o WeChat não é apenas um app, mas tem outros aplicativos dentro, serve inclusive como meio de pagamento”.
Nenhum detalhe foi revelado sobre os planos para o WeChat nas terras tupiniquins, mas ele disse: “Se há demanda em algum país, o WeChat pretende desenvolver o mercado”.
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