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Capa do single "Shiawase ni Bonsour" de Miki Matsubara. Aqui é possível ver uma foto em monocromia com a cantora colocando sua mão na cabeça

Conheça Miki Matsubara, a face por trás de “Stay With Me”

Nos últimos meses, é inevitável: toda vez que abrimos o TikTok, aparece pelo menos um edit com essa música. Ela aparece com aquele ritmo meio disco, bem anos 70, sintetizadores, backing vocals e trompetes, todos trabalhando junto por trás de um vocal impecável, misturando inglês com japonês de um jeito que agradou muito gente.

Mas Stay With Me, na realidade, já foi um sucesso anteriormente – 41 anos atrás, pra ser mais preciso. Provavelmente, muitas dessas pessoas que a conheceram não estavam nem no plano de nascer quando Miki Matsubara lançou pela primeira vez.

Desde dezembro do ano passado, a música tem feito parte do cotidiano do TikTok (e eventualmente Instagram), sendo utilizada como base para edições e interpretações nas mais diversas formas. Mas seu sucesso fica realmente claro pelo alcance de playlists no Spotify, além de recentemente ter alcançado 35 milhões de “plays” na plataformaMas o que todos querem saber é: quem é a mulher que canta essa música?

Gráfico que mostra um crescimento enorme de alcance de playlists onde se encontram músicas de Miki Matsubara
Esse é um gráfico que mostra o alcance de Miki Matsubara em playlists do mundo todo. Cresceu só um pouquinho, né? (Reprodução/Songstats)

Uma breve biografia de Miki Matsubara

A cantora nasceu em Kishiwada, na província de Osaka, Japão, em 1959. A música já estava em seu sangue, já que sua mãe cantou junto da banda de jazz Hana Hajime to Crazy Cats, que fez muito sucesso no Japão entre os anos 50 e 60.

Desde muito pequena, Miki esteve em contato com o jazz, além do piano, que começou a tocar com três anos. Aos 13 anos, em 1973, ela entrou na sua primeira banda, chamada “Kurei”, e começou a entrar em contato com o rock. E não demorou muito para que sua educação musical à levasse a conhecer tanto da música popular japonesa quanto do exterior, o que lhe permitiu formar as bases do que ela tocaria (assim como muitas pessoas à sua volta) no futuro.

Pouco antes de se formar no Colegial, nosso equivalente do Ensino Médio, Miki se mudou sozinha para Tóquio para tentar a vida como musicista, ainda em 1977. Com muito talento e um pouco de sorte, ela seria descoberta somente em 1979 pelo pianista Yuzuru Sera enquanto tocava em um bar de Roppongi, um dos distritos especiais de Tóquio.

Foi logo neste ano que ela interpretaria sua música de maior sucesso na época e hoje.

Sobre “Stay With Me”

Com o título alternativo de “Mayonaka no Door” (真夜中のドア), Stay With Me foi lançada como single em 5 de novembro de 1979, e foi o maior sucesso da cantora. A música em si alcançou a posição de número 13 na Oricon Charts, quase como o equivalente japonês da Billboard.

A letra da música foi escrita por Yoshiko Miura e Tetsuji Hayashi, sendo o segundo um dos mais importantes bateristas na indústria musical japonesa. Todos os arranjos também foram feitos por Tetsuji, que soube exatamente como valorizar a voz única de Miki Matsubara para criar uma atmosfera de instrospecção e ternura.

Stay With Me seria um dos primeiros sucessos à abrir caminho para que um gênero musical ganhasse atenção por inteiro pelo público japonês: o City Pop. Mas apesar do nome vir à posteriori, ele se tornaria uma forma de definir outros trabalhos nesse mesmo estilo; letras que falavam sobre a vida urbana, sentimentos complicados e os luxos. Já no campo dos instrumentos, jazz e rock, que foram muito presentes na vida de Miki, somado à um pouco de disco, boogie, Soul e Funk americano, tudo numa grande salada que traria vários sucessos entre 1979 e 1986.

Esse foi um período de grande crescimento econômico no Japão chamado de “economia da bolha”; mas quando essa bolha começou a dar sinais negativos em 1987, o City Pop passou a perder sua popularidade. Foi só nos anos 2010 que o gênero voltou a ganhar popularidade pela internet, tanto entre os japoneses quanto fora de lá.

Além de Stay With Me, outros exemplos que podem ser citados do ritmo são Plastic Love de Mariya Takeuchi, Mayonaka no Joke de Takako Mamiya, Telephone Number de Junko Ohashi e Tasogare de Mai Yamane, usada como base da polêmica música Kid Cuti, de Playboi Carti.

Miki Matsubara depois de Stay With Me

Toda a atenção recebida por Miki depois de sua música fez com que ela se tornasse uma face conhecida na música pop do Japão. Entre 1979 e 1985, ela teve 14 singles, além de 9 álbuns de estúdio e 2 de compilação. Por causa do grande otimismo da economia japonesa, as canções animadas e divertidas de Miki fizeram grande sucesso.

Após esse período de grande fama, a cantora trocaria de selo e não teria tanto sucesso quanto antes. Mesmo assim, lançou 2 singles, 1 álbum de estúdio e 2 de compilação, entre 1986 e 2002. Nesse período, ela preferiu focar na sua carreira como liricista, escrevendo músicas para comerciais e animes. Contudo, foi em 2000 que sua carreira musical teve um fim repentino.

Naquele ano, Miki mandou um e-mail para todos que trabalhavam com ela e disse de repente que não poderia continuar seus trabalhos. O motivo, poucos sabiam, seria uma luta que lhe acompanharia nos próximos quatro anos: um diagnóstico de câncer de colo de útero.

Os últimos anos da cantora e seu retorno

O diagnóstico só viria à público em 2001, e Miki passaria por uma dolorosa luta até 2004. Em 7 de outubro, a cantora enfim teria seu descanso eterno aos 44 anos, para a tristeza dos fãs.

Mesmo assim, seu legado acabou sendo carregado pela internet, que reviveu seus maiores sucessos através das redes sociais. Junto com o City Pop, a figura de Miki Matsubara acabou se tornando uma imagem importante dentro do cenário musical dos últimos anos, ao lado de Mariya Takeuchi e Mai Yamane.

Seu sucesso teve começo nos vinis mais de 40 anos atrás, mas foi parar no Youtube e agora flutua pelo TikTok, Instagram e Twitter. E esperamos que esse lindo legado continue se mantendo vivo para todo o sempre.

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Sempre me chamam por Muri! Sou fanático por jogos de RPG e de ritmo. Também tenho fascínio animações e quadrinhos japoneses (animes e mangás), bem como pelo cenário musical nipônico. Atualmente estudo Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.

Sempre me chamam por Muri! Sou fanático por jogos de RPG e de ritmo. Também tenho fascínio animações e quadrinhos japoneses (animes e mangás), bem como pelo cenário musical nipônico. Atualmente estudo Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.

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