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Dragon’s Dogma – Crítica

Dragon’s Dogma, mais uma adaptação de jogos para séries, chegou na Netflix! E é claro que o Multiverso+ traz para vocês a crítica sobre a série, dessa vez com SPOILERS!

A animação vem do título homônimo e já velho conhecido dos videogames, produzido pela tradicional produtora Capcom e lançado no ano de 2012.

Ué? Mas não é a primeira temporada? Porque dar SPOILER logo agora?

Boa pergunta e a resposta é simples: é preciso falar do fim para bem explicar a série.

Ela pega como tema uma clássica aventura medieval: um dragão ataca e mata toda uma vila, arranca o coração do protagonista Ethan, e o amaldiçoa como um Ressurgido.

No fim o Dragão desafia Ethan à caçá-lo. Porém uma pessoa misteriosa que se apresenta como “um peão”, posteriormente nomeado como Hannah, salva Ethan, e informa que seja qual for a escolha dele, ela irá protege-lo.

E ele escolhe buscar vingança. E nesse caso, Hannah está ali para ajudá-lo a passar por todos os obstáculos e o protegeria na busca de realizar seu objetivo.

Roteiro simples, mas interessante pela forma como a série se desenvolve. Pegando como temática os Pecados Capitais, a cada episódio Ethan e Hannah enfrentam desafios que envolvem os 7 pecados: Ira, Gula, Inveja, Preguiça, Cobiça, Luxúria e Orgulho.

Como a trama em si se pauta em coisas simples e conhecidas, não há porque não evitar alguns spoilers, até porque o que vale em si é como você, caro leitor, vai interpretar essa aventura.

Além disso, vale ressaltar o quanto a Netflix tem melhorado na técnica de produzir séries animadas com animação 3D. Em comparação com outras adaptações com essa técnica de animação, Dragon’s Dogma apresenta uma melhoria significativa, principalmente em relação à fluidez da movimentação dos personagens.

Entendi, mas como assim interpretar?

Não se assuste com isso, não é que Dragon’s Dogma tenha um final complexo e confuso, mas muito da série depende de como o espectador interpreta o que acontece em cada episódio.

Primeiramente, a história de Ethan começa de forma bem pacífica. Vivendo em uma cidade pesqueira, Ethan já se diferencia dos demais habitantes por não seguir a tradição da pesca por causa de um trauma que sofreu na infância.

Porém, ao mesmo tempo que Ethan tem algo que o distancia de sua comunidade, ele vive uma vida muito feliz com sua esposa grávida e órfão que o casal cuida como se fosse um filho, Louis. Então, até que a tragédia chega à cidade, não há muito expectativa de que logo no início da série iria acontecer um massacre.

E se tem uma coisa que a série não poupa é em matar. Morre de tudo, de idoso à criança. E tem sentido esse nível de violência, mas que só se vem a entender no final da primeira temporada.

Ok, deu para entender que o final é de fato o que importa aqui. Então, o que acontece no fim?

No fim, toda a trajetória de vingança do Ethan, passando por situações diversas onde ele presencia o pior do ser humano, onde seu peão, de uma pessoa puramente racional, começa a compreender a ter sentimentos, e que a cada desafio ele vai se tornando menos humano por causa de sua vingança não era nada mais do que o desejo do Dragão morrer.

Enfim, descobrimos que todo Ressurgido sofre de uma maldição que vai levá-lo a matar o Dragão, e substitui-lo por causa do pecado que todo o Ressurgido comete: o orgulho.

A série apresenta um ciclo de desgraças e corrupção do protagonista para, no fim, transformá-lo aquilo que ele quer matar. Mas ao mesmo tempo sempre é mostrado que, apesar de toda a decadência do ser humano, ainda há pessoas boas.

Em todo episódio Ethan e Hannah são apresentados a boas pessoas, e isso faz toda a diferença no final, pois mesmo os Dragões não perdem totalmente sua humanidade, e eles sofrem pela destruição e morte que a maldição os força à fazer.

WOW! Então no fim Ethan vira um Dragão e termina assim?

Bem, é. No fim Ethan vira um Dragão e Hannah, que não consegue matar a pessoa que ela tinha que proteger, é poupada pelo Ethan Dragão. Eles se despedem com um pedido de Ethan à Hannah de proteger a humanidade da ameaça que ele agora é.

E se pensarmos na série como algo continuado que vai ter mais temporadas, essa primeira nada mais é que uma introdução de 7 episódios que apresenta o mal e bem que esse mundo fantástico tem a oferecer.

Assim como o final é o ponto mais importante da temporada, a interpretação sobre essa jornada que somos apresentados é igualmente importante. Interpretar como uma história simples ou uma fábula faz toda a diferença no fim, pois a diferença está na moral que as fábulas passam.

E Dragon’s Dogma faz isso. Ela fala sobre virtudes e falhas, sobre o quão ruim a humanidade pode ser, mas ao mesmo tempo não se extingue a capacidade para a bondade. Por mais simplista que a primeira temporada possa parecer, a conclusão abre espaço para que as próximas temporadas sejam mais complexas. De fato foi um ótimo início para uma série.

Então, como fica a nota da série?

Dragon’s Dogma entrega uma série curta, simples, mas com qualidade tanto no roteiro quanto na animação, que é um ponto que a Netflix vem melhorando cada vez mais, principalmente quanto à animação 3D.

Por fim, vendo essa primeira temporada como uma fábula, com uma mensagem a se passar e como um introdução a esse mundo, Dragon’s Dogma fica com um merecido 8,0/10 na escala de qualidade do Multiverso+.

E você? O que achou de Dragon’s Dogma? Escreva nos comentários sua opinião e para saber mais sobre cinema e séries, siga o Multiverso+ nas redes sociais.

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Um historiador por profissão, que ama cinema e televisão e escreve por diversão.

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