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3%

3%: Temporada Final – Crítica

E enfim chegamos aqui. A conclusão da série brasileira de ficção científica e distopia 3% chegou a Netflix no dia de ontem (14/08).

Desde já fica meus parabéns por terem feito essa série nacional, que mesmo com altos e baixos, entregou um conteúdo interessante de se acompanhar e que é um diferencial por abordar uma distopia (não tão irreal).

A quarta e última temporada finalmente está aqui, e a pergunta que fica é: conseguiu se reerguer do tombo que foi a temporada anterior?

AVISO! Como esta é a última temporada, é inevitável que haverá SPOILERS da série inteira.

Primeiramente, para os fãs da série que chegaram a pouco tempo no site, o Multiverso+ tem uma crítica sobre a temporada anterior, se você não leu e quer saber nossa opinião sobre a história até aqui, é só conferir antes de começar a ler:

3%: Terceira Temporada – Crítica

E agora, vamos lá!

Antes de mais nada vamos fazer uma breve recapitulação do que aconteceu na terceira temporada: Michele (Bianca Comparato) conseguiu com a ajuda de Fernando (Michel Gomes) fundar a “Concha”, uma comunidade colaborativa que se opunha ao Processo, e serve como uma nova opção de futuro para os habitantes do Continente.

Ao longo da terceira temporada vemos o desdobrar das consequências que a Concha trouxe, como o fim das milícias, e como as pessoas reagiram a esse novo centro de poder no delicado cenário que somos apresentados ao longo das três temporadas.

Enfim após tentativas de sabotagem do Mar Alto à Concha, Michele, Glória (Cynthia Senek), Marco (Rafael Lozano), Rafael (Rodolfo Valente), Joana (Vaneza Oliveira), Xavier (Fernando Rubro), Elisa (Thais Lago) e Natália (Amanda Magalhães) decidem pôr um fim aos quase 100 anos de domínio do Mar Alto. Eles decidem explodir um PEM (Pulso Eletro Magnético) no Mar Alto!

Poxa, agora lembrando do que aconteceu, a quarta temporada de 3% foi bem preparada!

Bem, de fato o plot principal foi bem construído, principalmente em relação a motivação para nossos heróis tomarem a decisão de fazer um ataque ao Mar Alto.

Porém, devemos lembrar que a temporada anterior teve problemas sérios em sua estrutura: do roteiro às atuações, a terceira temporada foi um ponto baixo na série. Dela, tiramos de positivo poucas coisas como o Xavier, o desenvolvimento do Marco e a derrocada da Marcela (Laila Garin).

Esses pontos são muito importantes na conclusão da série e por isso algumas decisões de roteiro da temporada anterior ajudam a desenvolver e concluir as histórias ou motivações de alguns dos nossos queridos personagens.

Ok, lembrei da temporada anterior. Mas sobre essa temporada, como ela se desenrola?

A princípio, a quarta temporada começa com algo que não dava para pensar que poderia acontecer: o Mar Alto faz um convite à Concha, pedindo que enviem uma delegação para negociarem a paz entre as organizações.

Nessa oportunidade, nossos heróis se preparam para por seu plano em ação, mas questões morais são levantadas, como: é certo apagar todo o conhecimento que tem no Mar Alto em nome de uma vingança?

Questões como essa vão sendo aos poucos postas em pauta pelos nossos heróis, afinal, se tomarem as mesmas decisões do Casal Fundador, qual é a diferença entre a Concha e o Mar Alto?

A decisão de misturar uma história de infiltração e sabotagem com questionamentos morais foi muito assertivo para os personagens da Concha., pois cria espaço para desenvolver os personagens que já são conhecidos. Já sabemos o que os motiva, mas agora estão o tempo todo se perguntando sobre questões de certo e errado.

Quanto aos nossos antagonistas do Mar Alto, a terceira temporada terminou com a ascensão da ditadura de André (Bruno Fagundes) e o início de um racha dentro do comando do Mar Alto. Foi um tema bem desenvolvido porque deu mais espaço para o André crescer e se firmar como o antagonista principal da série. Focar em André trouxe mais objetividade à narrativa, e isso ajudou a desenvolver e finalizar a história do seriado.

E, acima de tudo, a quarta temporada foi a temporada do Xavier. Esse personagem, que foi inserido na terceira temporada de 3% meio que de paraquedas, teve um desenvolvimento na trama e personagem muito bem escrita, e explorou melhor o passado dele, o que na temporada anterior tinha ficado um pouco jogado.

Estou gostando do rumo que essa crítica está indo. E como se conclui 3%?

A conclusão em si foi ótima. No fim, ambos os lados perderam em proporções iguais, e a solução encontrada foi de união.

Entretanto, devemos admitir que o elemento do roteiro que trouxe a solução foi apresentado de maneira muito rápida, e ela só não se caracteriza como um “Deus Ex Máquina” porque temas como arrependimento e redenção foram bem construídas em personagens como o Marco e a Joana.

Além disso, a personagem Glória, que na segunda temporada tinha sido um dos pontos mais positivos, caiu em todos os sentidos: roteiro, relevância, e atuação. Nada do que a personagem faz nessa temporada é novidade, a personagem passa a maior parte da temporada perdida entre as motivações de personagens mais fortes e relevantes, como a Marcela e a Michele, e no fim a participação dela tem apenas um único momento relevante, mas que é diminuto quando lembramos que não passa de uma reciclagem do que a mesma personagem fez na temporada anterior.

Da mesma forma que Glória diminui em relevância, Fernando vai sendo também cada vez mais esquecido. Se não fosse pela própria Glória, o personagem de Michel Gomes nem teria sido citado. Por mais que o ator tenha abandonado a série, o personagem dele foi importante demais para nem ser lembrado como uma pessoa importante e que fez diferença para toda a sociedade do Continente.

Bem, e no fim…?

No fim, a quarta temporada foi uma conclusão coerente com toda a narrativa que somos apresentados desde a primeira temporada, e consegue dar um final digno mesmo com os problemas sérios que a terceira temporada teve.

Em um contexto total, vendo esse final como o resultado conjunto das escolhas de todos os personagens da série, a conclusão não foi menos que justa, por isso é certo dizer que 3% termina em um saldo positivo.

Por isso, nada mais justo que dar um merecido 8,0/10 na escala de qualidade do Multiverso+ para a temporada final de 3%. Ela volta para a qualidade de roteiro apresentada na primeira temporada, as atuações voltam a ser medianas para boas, e as conclusões das histórias que acompanhamos no decorrer dessas 4 temporadas são coerentes e satisfatórias.

3% finaliza sua história com uma média de aproximadamente 7,8/10, o que para uma série, sendo brasileira ou não, é uma boa média, ainda mais para uma que teve que se reerguer de um tombo na sua última temporada.

Por fim, o que você achou da temporada final? Agradou? Redimiu? Escreva nos comentários sua opinião!

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Um historiador por profissão, que ama cinema e televisão e escreve por diversão.

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