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The Last Kingdom: 4 Temporada – Crítica
Alegrem-se fãs de Bernard Cornwell, pois ontem (27/04) chegou à Netflix a 4 temporada da adaptação de Crônicas Saxônicas, The Last Kingdom (O Último Reino).
Show! Mas… onde a terceira temporada nos deixou mesmo?
Para os leitores e leitoras que não lembram, um breve resumo:
A terceira temporada termina com a morte de um dos personagens mais importantes até então, o Rei Alfredo de Wessex. Com sua morte assume Eduardo, que teve que enfrentar as maquinações de seu tio Aethelwood.
Além das maquinações, Aethelwood é o assassino de Ragnar, irmão de criação do nosso protagonista Uhtred de Bebbanburg, e no fim morre nas mãos do mesmo
Enquanto isso, no lado dos daneses a viúva de Ragnar, Brida, se une ao guerreiro Cnut para reerguer as forças dispersas após a derrota contra Eduardo.
Ok. Deu para lembrar dos pontos mais importantes da trama. Mas o que temos nessa temporada.
A 4° temporada de The Last Kingdom inicia basicamente meses após o término da batalha com os daneses de Skade.
Wessex está sobre a liderança de Eduardo, enquanto sua mãe Aelswith e seu sogro Aethelhelm disputam a influência sobre o novo rei.
Na Mércia o rei Aethelred, motivado pela inveja que tem de Wessex, maquina planos de expansão para cima dos daneses da Anglia Oriental, e para isso confia grande parte do desenvolvimento dos planos ao seu Chefe da Guarda, Eardwulf.
Os daneses, sobre liderança de Cnut e Brida planejam seu contra ataque sobre os reinos saxões.
Já para Uhtred, finalmente a oportunidade que tanto esperava chegou: seu tio Aelfric sofre com duras invasões e assaltos escoceses, o que deixa Bebbanburg vulnerável a uma invasão.
Nossa, bastante coisa para acontecer em uma só temporada. E como fica o desenvolvimento disso tudo?
Então, aí tocamos do ponto principal dessa temporada: o desenvolvimento da 4 temporada de The Last Kingdom é deficitário.
Teoricamente, a parte da história que mais deveria ter atenção é a que gira em torno do nosso protagonista, mas a questão de Bebbanburg é resolvida rapidamente e fica muito distante da trama dos reinos. No fim o nosso protagonista é forçado a dar mais tempo ao problema de terceiros do que aos seus próprios objetivos.
Não digo que a maneira como a história é direcionada e as expectativas são frustradas seja ruim, na verdade é um baita puxão de tapete para quem não tem conhecimento prévio da história, mas para o contexto geral da série a trama de Bebbanburg fica muito distanciada de tudo, e depois de resolvida ela não é mais explorada, limitando-se a ser apenas mais um peso para Uhtred carregar.
Sinceramente não duvido que essa parte de Bebbanburg seja esquecida pelos fãs mais desatentos.
Em compensação, a trama dos reinos e dos daneses é realmente muito boa, e mantem o padrão bom de roteiro que The Last Kingdom apresenta desde o início, porém ela possui certas partes de transição entre crises que não empolga. E parte dessa falta de empolgação atribuo a grande quantidade de personagens que de uma hora para a outra ganha destaque.
E quanto aos personagens?
Os personagens da série que nós já conhecíamos eles se mantém bem, e inclusive alguns deles tem um arco de crescimento muito bom nessa quarta temporada, como é com Aethelflaed ( atribuo muito a atriz Millie Brady, que tem conseguido manter uma boa atuação), mas dentre esses já conhecidos temos alguns que passam essa temporada muito em baixa apesar do papel deles ser muito relevante, como é com o Aethelhelm (em parte ponho à atuação bem mediana do ator Adrian Schiller).
E a inconsistência na atuação acaba refletindo no desenvolvimento da história, porque alguns personagens simplesmente não conseguem convencer que eles são aquilo tudo que o roteiro diz ser.
Tantos problemas assim?
Calma que tem mais um, e que esse é o maior de todos: são muitas tramas para apenas 10 episódios.
Nós começamos a temporada com 4 tramas principais (o que já seria um número razoável para 10 episódios), com umas 3 à 4 sub tramas que ficam meio aparentes logo no primeiro episódio.
No fim da temporada foram pelo menos 6 tramas principais (não foram todas resolvidas simultaneamente) e com 7 sub tramas.
A quantidade de informação passada nessa temporada supera muito às anteriores, e essa avalanche de acontecimentos prejudicou muito o desenvolvimento, e pior, o ritmo de The Last Kingdom.
No final acontece tanta coisa nesses 10 episódios que tem pontos importantes da história contados no início que nem parece que aconteceram nessa temporada, de tão destoante que é o início do fim.
Eita! E como fica a nota?
Bem, sinceramente dessa vez fica bem mediana. Num contexto geral a série mantém mais pontos fortes do que fracos, mas os fracos se sobressaem muito nessa 4 temporada de The Last Kingdom.
As batalhas continuam muito boas, com um pé na realidade fantástico que vem desde os livros do Cornwell, e os personagens mais velhos (e alguns dos novos como os filhos de Uhtred, Eadith, e o danês Sigtryggr) em geral mantêm a série interessante e com bons momentos de empolgação.
Mas as atuações medianas para ruins de personagens de muito destaque e a avalanche de acontecimentos que não foi bem costurada puxa a qualidade para baixo.
Com isso, a 4 temporada de The Last Kingdom fica com um doído 7,0/10 na escala Multiverso+ de qualidade.
E você? O que achou dessa temporada? Escreva nos comentários sua opinião e para mais notícias e artigos sobre cinema e séries, siga o Multiverso+ nas redes sociais.
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Um historiador por profissão, que ama cinema e televisão e escreve por diversão.