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As Lan Houses e o "boom" dos esports: Leo De Biase "abre o jogo" sobre o assunto
A febre das Lan Houses nos anos 2000 foi um dos fatores da popularização de muitos jogos. Os espaços viviam lotados e nomes como Counter-Strike, Warcraft, Tibia e muitos outros, foram sucesso durante toda uma década. Contudo, houve um declínio causado pelo fácil acesso da internet residencial e a chegada dos smartphones com tecnologias inovadoras, o que fez com que muitas Lan Houses falissem ou até mesmo se transformassem para atender um novo perfil de clientes.
Mas será que com o “boom” dos esports e toda a generalização dos games no dia a dia das pessoas, espaços para socialização teriam sucesso como essas “casas” tiveram?
Com exclusividade, o Multiverso+ teve a oportunidade de conversar com Leo De Biase, uma das figuras mais notáveis no cenário de esports hoje em dia. Com o know-how de 20 anos atuando no mundo dos games, De Biase é CEO da ESL Brasil e acompanhou toda a trajetória das Lan Houses no país.
O que mudaria no mercado se a febre das lan houses retornasse?
As lan houses continuam existindo no Brasil, mas num número menor porque hoje os jogadores têm mais facilidade para contratar um plano de banda larga ou ter o mínimo de equipamento necessário para jogar no computador em casa. Elas acabaram se tornando um espaço mais focado em democratizar o acesso à internet do que propriamente um local para jogos. Mas, ao meu ver, elas ainda cumprem sua função de construir uma base de jogadores ajudando àqueles que não tem acesso a toda a tecnologia. Hoje elas não são mais o drive da comunidade e sim uma ferramenta de acesso. Vale destacar que segundo dados do IBGE, entre 2005 e 2015, o número de casas conectadas saltou de 7,2 milhões para 39,3 milhões, um aumento de 446% no período. Mas, sim, acredito que elas ainda têm um papel importante na introdução de novos jogadores ao ambiente gamer e podem haver iniciativas que estimulem o jogador a fazer delas um ponto de encontro.
O que as editoras e empresas endêmicas ganhariam com isso?
As desenvolvedoras ganhariam pontos de encontro e poderiam usar as comunidades para conhecer novos jogos em primeira mão, por exemplo. Isso poderia ser uma aposta para as lan houses voltarem a ser um ótimo lugar para que o público fizesse review de jogos e opinasse na produção de um game também. Acredito que as empresas endêmicas que atuam no ramo poderiam se aproveitar das lan houses para criar uma espécie de showroom, um espaço para que os usuários pudessem ver e testar os equipamentos dessas empresas, como já foi no passado, e hoje acontece em eventos de tecnologia, como a E3 (Electronic Entertainment Expo) e a BGS (Brasil Game Show). E porque não também workshops realizados para os jogadores com o apoio das desenvolvedoras?
Novos empreendimentos
Hoje contamos com vários espaços arquitetados para os esports, como a Live Arena, Promo Arena e a Max Arena. São novos empreendimentos para um novo público, bem diferente do que foram as Lan Houses. Cada uma com um foco diferente, umas se especializando em transmissões ao vivo e outras montando uma estrutura maior para promover eventos presenciais. Esses espaços ainda podem sofrer muitas transformações para uma melhor experiência da comunidade gamer, e são ferramentas chave para a consolidação do esport.
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