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Under Domain | Análise | Jogo Indie Brasileiro
Após receber a chave do jogo, meu editor não tinha comentado que os produtores de Under Domain eram brasileiros. Fiquei surpreso ao ver, no início do jogo, a informação de que a realização do game teve participação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. A surpresa veio não simplesmente por ser um jogo brasileiro, mas porque ao assistir ao trailer anteriormente, os gráficos e a atenção dada aos detalhes do game não davam a atender que era um trabalho brazuca, isso mostra como a indústria vem crescendo e nossos preconceitos já não fazem mais sentido, temos cada vez mais jogos bonitos e interessantes saindo da nossa indústria, cada vez maior.
Sobre Under Domain:
Antes de apresentar os pontos positivos e negativos, primeiro uma pequena explicação de como funciona a mecânica e história do jogo. Under Domain é um jogo de estratégia em turnos, onde o seu objetivo é montar uma frota alienígena para invadir e aniquilar a Terra. Clichê né? Só que na real, eu dei um pequeno spoiler pra vocês. Antes disso acontecer, a história conta como um planeta aleatório no Universo que possui vida alienígena foi atacado por invasores. Esses invasores possuíam uma capacidade militar absurda e eventualmente o planeta seria destruído. Numa tentativa desesperada, seu planeta envia uma nave com alguns dos seres mais inteligentes da sociedade de volta ao F*&CKING passado para destruir a Terra antes que os humanos se tornassem uma raça mortal que não só dizimou seu mundo natal, mas muitos outros.
Magicamente, sem muitas explicações de como, você consegue voltar ao passado, no nosso ano de 1900. Cada “turno” do jogo conta com 10 ações do jogador e ao fim de cada turno aproximadamente 10 anos se passam, onde o player tem que administrar suas ações entre construir estações de minerações de recurso na Terra, reanimar antigos líderes que ainda estão no sono criogênico, plantar sondas ao redor do globo para diminuir a percepção dos humanos à sua presença e, abduzir, assassinar e implantar agentes aliens na sociedade(os líderes reptilianos que todos falam). Por fim, o grande objetivo é construir suas naves e frotas de guerra para ao fim de 12 turnos, invadir os continentes da Terra (sim, todos ao mesmo tempo, de nada por avisar isso de antemão porque o game não te conta como vai ser a invasão alienígena).
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Pontos positivos
Agora que vocês sabem como tudo funciona, vamos para os pontos positivos primeiro. A premissa do jogo, para começo de conversa, é super interessante, invertendo o papel clichê de dezenas de filmes e jogos. Uma coisa que me chamou a atenção foram os gráficos e as artes, que apesar de críticas em algumas coisas pequenas, tudo estava bem construído e me diverti em ficar passando pelos menus e aumentando meus recursos e naves. Mesmo que eu não tenha achado a trilha sonora e as animações de Under Domain incríveis, não tive o que reclamar e me deixaram razoavelmente entretido até a fase final, a invasão dos aliens.
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Vixe… e os negativos?
Ok, agora tá na hora de cair matando um pouco. O game custa 11 reais na Steam e tem aproximadamente 2 horas de gameplay. Sem muito esforço, é possível encontrar jogos indies do mesmo valor ou mais baratos que Under Domain, com mais horas de jogo. Uma coisa também que a maioria das pessoas esperam de um jogo de estratégia é a oportunidade do “replay”, onde o player possui diversas formas diferentes de desenvolver a partida e no fim ganhar (ou perder). Under Domain é um jogo super linear, onde a única diferença de um play again é administrar os recursos um pouco melhor a ponto de focar mais na construção de naves espaciais, que deveria ser o grande foco do player.
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Bugs
Segundo alguns reviews da Steam, muitos jogadores parecem ter encontrado erros críticos no jogo, com crashs recorrentes e jogo não abrindo. Pessoalmente não tive esses problemas, mas uma coisa me deixou bem irritado mas para a parte final. Uma coisa que não comentei é a possibilidade de dar upgrades na sua Nave Mãe. Quantos mais upgrades, obviamente, mais vantagens para a grande batalha final. Ao atingir certos objetivos, a Nave Mãe evolui de nível, deixando o player cada vez mais poderoso.
Na penúltima fase da nave, não consegui dar um upgrade necessário para ir para sua última forma. Ao passar o mouse em cima do upgrade, uma pequena janela abre ao lado, onde você tem que clicar em mais um botão para finalizar a ação. Infelizmente, toda vez que eu movia meu mouse para o segundo botão, o balão de mensagem sumia. Resumindo, fui para a invasão sem o upgrade e possivelmente avanços importantes (ou não, não sei se existem mais upgrades na última forma da nave), o que me deixou bem irritado por um tempo.
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Tá na hora de invadir
Por fim, a invasão. Primeiro comentar que a transição entre o último turno e a invasão foi tão rápida quanto o carregamento da tela de loading do novo PS5. Não teve nenhum aviso do que aconteceria, simplesmente fui jogado numa tela que me pedia para selecionar os continentes, quantas naves eu gostaria de enviar para a invasão e pronto. Desse jeito mesmo, nem me pagaram um jantar antes.
Prometo que esse vai ser o último ponto negativo, porque apesar dos pesares, temos que entender que temos aqui um game indie de produtores brasileiros. A luta final acontece em turnos normais aleatórios. Você têm suas categorias de naves espaciais assim como a humanidade. Admito que não vou me lembrar dos nomes das naves, mas eles eram mais ou menos compatíveis com as unidades da Terra. Em outras palavras, se os humanos possuem unidades de tropas terrestres e navios de guerra, os aliens também têm algo com o poder de fogo parecido.
O que me deixou ligeiramente irritado aqui é que você tem ZERO controle sobre os combates. Cada continente tem um poder de fogo diferente (o que foi até bem real, pois os continentes que você espera ter mais poderio militar realmente são os que você pensa) e um número de batalhas. A Oceania têm 4 batalhas ao todo, e você precisa vencer pelo menos 3 (não pude perceber para quem vai a vitória do continente em caso de empate, sorry) para dominar a região. Quando os combates começam, suas tropas e as da Terra revezam nos ataques. Não existe uma sinalização da vida das tropas, quem vai atacar quem, nada. É pegar na mão do seu Deus e só vai. Claramente, eu perdi.
Alguns usuários na Steam reclamaram que não é possível pular as cenas de lutas. Até mesmo sem tropas, é preciso clicar nos locais de batalha remanescentes para terminar o jogo (o que faz zero sentido pra mim). Mas a minha última irritação foi em uma batalha, onde uma das minhas naves mais poderosas atacou SEIS vezes uma unidade de soldados terrestres… e eles não morreram. E não deu miss porque até onde percebi o jogo não possui essa mecânica. Logo depois os mesmos soldados atacaram uma nave gigante minha e puf, nave destruída. WTF!
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Afinal, o que achamos sobre Under Domain?
Enfim, meus comentários finais. A premissa do jogo é interessantíssima, e os gráficos até que não deixam a desejar na maior parte do tempo. Mas parece que os desenvolvedores correram para liberar o game, que não saiu nem como Early Access, e sim como um jogo full. Sem grande oportunidade de replay, menos de 2 horas de jogo, bugs e mecânicas não muito bem construídas. O potencial desse jogo é gigantesco, possível ver isso com um resumo dos comentários negativos na Steam: “Conceito excelente, mas as falhas são demais”. Na minha opinião, o jogo não vale os 11 reais, mas não vou mentir, me diverti nas duas horas de gameplay. Se os desenvolvedores continuarem a trabalhar no game e talvez diminuírem o valor por enquanto, vale a pena adquirir Under Domain. Se isso não acontecer, tem outros jogos por aí mais baratos e tão divertidos quanto. Uma pena.
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