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Crítica: ‘A Vida Sexual das Universitárias’, da HBO Max
A Vida Sexual das Universitárias, nova comédia da HBO Max criada por Mindy Kaling (Eu Nunca…) e Just Noble (Brooklyn Nine-Nine) acompanha quatro colegas de quarto enquanto elas embarcam em seu primeiro ano no Essex College, uma instituição fictícia em Vermont. A série é nova e engraçada, porém nada revolucionária.
Não faltam séries que acontecem no colégio, ‘Sex Education’, ‘Elite’, ‘Gossip Girl’, mas a experiência da faculdade é um campo ousado onde poucas séries de comédia foram antes. Diferente do apresentado no título, a série não é tanto sobre sexo, é muito mais sobre amizade feminina e como elas lutam suas batalhas sendo calouras em Essex. Sim, existe sexo, mas muito mais falado do que mostrado.
As quatro jovens mulheres possuem origens e personalidades extremamente diferentes. Cada uma delas é, até certo ponto, uma projeção das fantasias, memórias, desejos e necessidades de seus pais, até que consigam se livrar deles e forjar suas próprias identidades.
Bela (Amrit Kaur em um papel que parece uma Devi adulta de “Eu Nunca…”), vem de uma tradicional família indiana e é aspirante a escritora de comédia. Kimberly (Pauline Chalamet, irmã de Timothee), é uma mulher branca que vem de uma pequena cidade no Arizona e é a bolsista de origem humilde. Whitney (Alyah Chanelle), é uma jovem negra que é destaque do futebol e filha de uma senadora dos Estados Unidos. E Leighton (Reneé Rapp, ela era Regina George na adaptação musical de ‘Meninas Malvadas’ na Broadway), vem de uma origem branca, é a patricinha que é lésbica enrustida.
A medida que as personagens são exploradas e aprofundadas, a série ganha um ritmo natural, atingindo o tom cômico certo com piadas engraçadas e bem orgânicas.
O grande erro da série talvez é levantar um apelo sexual sem contar com nenhuma pauta relevante sobre o tema. O controle da natalidade nunca é discutido, exceto para fazer algumas piadas, complicações como DSTs passam longe de serem mencionadas ou o uso de métodos contraceptivos. Em contrapartida a série ganha colocando mulheres falando abertamente sobre sexo. Essas mulheres às vezes mandam um cara levantar a camisa e mostrar o abdômen. É um pouco chocante, mas é o humor que importa.
Alguns clichês já são antigos para serem abordados novamente, traição e mais traição, alguém perdendo a virgindade, alguém no armário e o pior deles — uma relação aluna-professor (nesse caso, aluna-assistente técnico de futebol). Que por sinal não trouxe nada de novo para discussão e a pergunta que fica é por que continuam fazendo isso? Eu não sei, mas aqui estamos nós mais uma vez, fazendo do relacionamento aluna-professor uma das histórias centrais.
Uma avalanche de representatividade e pautas como racismo e sexismo são escancaradas na tela — mas poucas foram desenvolvidas completamente. A segunda temporada já foi confirmada pela HBO Max, o que com certeza vai ajudar no desenvolvimento das temáticas que ficaram em aberto.
Vendo que são quatro personagens principais, que dividem o mesmo tempo de tela, foi possível um bom desenvolvimento das protagonistas para uma primeira temporada. Agora fica a curiosidade em explorar também os coadjuvantes, como Jocelyn (Lauren Spencer), garota negra deficiente que é extremamente extrovertida e amigável, a Tiktoker tem tudo para ser uma forte liderança na próxima temporada. E claramente queremos mais Alicia (Midori Francis – Dash & Lily) e Nico (Gavin Leatherwood – O Mundo Sombrio de Sabrina).
No geral, A Vida Sexual das Universitárias é uma excelente série para entreter e aprender, é divertida e engraçada. Os personagens tem muito a oferecer.
A comédia ganha um 7.5/10 na escala do M+, e você, o que achou da série? Conte nos comentários.
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De Game of Thrones a Grey's Anatomy, de Breaking Bad a Harry Potter. Bruna é maratonista profissional de filmes e séries, leitora feroz e aspirante a fotógrafa. Produtora de conteúdo e graduada em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi.