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Crítica De Volta aos 15, nova série teen da Netflix
Estrelada por Maisa e Camila Queiroz, a nova série nacional De Volta aos 15 chegou ao catálogo da Netflix na última sexta-feira (25). Baseada no livro homônimo da escritora Bruna Vieira, a primeira temporada da série conta com seis episódios de 30 à 40 minutos cada.
De Volta aos 15 é uma divertida história sobre a jornada de autodescoberta e amadurecimento de Anita, uma mulher de 30 anos que acaba voltando para quando tinha apenas 15. A viagem no tempo ocorre quando Anita acessa seu Floguinho (blog antigo com fotos e legenda).
Regras do Floguinho:
Quando eu olho a última foto que eu postei e me concentro nessa memória, eu volto pros 15.
E quando eu posto uma foto aqui no passado, eu vou lá pro futuro de volta.
Anita (Maisa aos 15 anos e Camila Queiroz aos 30) acaba tentando consertar a vida de todos ao seu redor, porém cada mudança no passado impacta o futuro de todos e nem sempre para melhor. Ela tenta consertar a vida de Carol (Klara Castanho), sua prima que está envolvida com o maior boy lixo da cidade; de Luiza (Amanda Azevedo), sua irmã que vive presa no papel de princesinha da cidade; de César (Pedro Vinícius), seu novo amigo que precisa de coragem para ser quem é; e de Henrique (Caio Cabral), seu melhor amigo nerd que é secretamente apaixonado por ela.
Crítica De Volta aos 15
Por mais que a série seja voltada para o público infantojuvenil, ela tem de tudo para ser assistida por todos, independe da idade e geração. Ela é carregada de ensinamentos que devem ser notados em meio à risadas e cenas mais leves.
A série coloca em pauta uma reflexão sobre as consequências das nossas escolhas, como cada uma delas influência em quem nos tornarmos. Como uma simples decisão pode mudar o rumo de toda nossa vida. Aos 30 anos Anita tem dificuldade para enfrentar suas escolhas, e pensar que a maior parte do que somos hoje é reflexo de decisões que tomamos aos 15 anos parece até loucura, mas é a realidade.
Outra realidade é o luto. O que não faríamos para abraçar um familiar que já faleceu?! Anita perde seu pai ainda quando jovem, quando retorna aos 15 anos ela procura apreciar cada momento com seu pai, mesmo em momentos pequenos como ele consertando o freio da sua bicicleta.
Anita erra muitas vezes, e erra feio, mas sempre tentando fazer o certo. Ela é o tipo de personagem que olha mais para os outros do que para si mesma. Ela tenta ajudar todo mundo, mudar o presente de todos através do passado. É nítido que ela passa um pouco do ponto em suas tentativas, mas não tem como não sair amando Anita, acredito que muitos até se vejam nessas burradas que ela comete.
De Volta aos 15 também levanta debates sobre feminismo, masculinidade tóxica, questões de gênero, identidade e sexualidade. Tudo é feito no contexto da adolescência, mas não tira a seriedade de tais assuntos.
Único defeito: precisávamos de mais episódios, talvez mais dois já seriam o bastante. O episódio 5, onde acontece a festa de 17 anos de Luiza é muito turbulento. São muitas informações e acontecimentos para um único episódio. Já o 6° episódio parece ser muito corrido, principalmente após Anita adulta se ver em uma nova realidade “perfeita”. Os diálogos se tornaram um pouco vagos e acelerados.
De qualquer forma, De volta aos 15 é sim um sucesso! A série é excelente para ser vista em família, várias gerações reunidas. Junta todo mundo para maratonar. Como a série é curta ela é perfeita para ser assistida de uma única vez e o ritmo ajuda muito a não querer pausar em nenhum momento.
E não podemos deixar de mencionar as cenas em Paris que são lindas, obviamente a locação ajuda e muito. As cenas que intercalam Anita e Henrique adultos com eles jovens são um deleite aos nossos olhos. Apesar de muitos não terem shippado o casal no final, foi bonito ver os amigos conquistando seus sonhos.
Quantos anos você tinha em 2006?
Ser cringe está mais do que liberado, os anos 2000 voltaram com tudo ao som de “Admirável Chip Novo” da Pitty, que inclusive ganhou remix especial para a série. A trilha sonora é de milhões em De Volta aos 15, está impecável. Se você foi adolescente nos anos 2000 a nostalgia é certa. Charlie Brown Jr., Los Hermanos, Os Paralamas do Sucesso e Skank são algumas das bandas presentes na série.
Além da trilha sonora todo o figurino dos personagens e cenários são impecáveis. O quarto de Anita é recheado de referências, assim como o de César e Fabrício. É praticamente impossível identificar tudo. Sem falar das gírias da época não é mesmo miguxos? A atenção aos detalhes fez toda diferença na série, aposto que muitos ficaram até sem entender os títulos dos episódios, todos são emoticons que eram usados no MSN e Orkut nos anos 2000 <3.
Outro ponto importante está na caracterização dos personagens. Todos são apresentados na fase jovem e na fase adulta. Até atores que não se parecem tanto, como a própria Maisa e a Camila Queiroz ficaram muito parecidas após a caracterização. Ressalva apenas para a personagem Luiza, que infelizmente não teve esse êxito. As personagens Amanda Azevedo e Mariana Rios infelizmente não ficaram nada parecidas.
De Volta aos 15: Quem eu vou Shippar?
Essa foi a grande pergunta da série. Com esse elenco incrível ficou difícil decidir quem deveríamos shippar. A verdade é que, intencionalmente ou não, Anita jovem, a Maisa, teve química com quase todo o elenco masculino: Fabrício (João Guilherme), Henrique (Caio Cabral) e Joel (Antônio Carrara).
E começou a piorar quando Fabrício (João Guilherme) revelou seu crush em Luiza (Amanda Azevedo). Me perdoe Luiza, mas a química da sua irmã venceu! Depois Henrique (Caio Cabral) e Carol (Klara Castanho) também tiveram uma química surreal. Sem contar Joel (Antônio Carrara) e César (Pedro Vinícius) , que depois se tornou Joel (Gabriel Stauffere) e Camila (Alice Marcone) na fase adulta. Aí teve o beijo entre César (Pedro Vinícius) e Leo (Pedro Ottoni) que foi tudo de bom.
Estou esquecendo de alguém com certeza, me ajuda comentando qual o casal vocês mais shipparam por favor. O meu foi Fabrício e Anita, apesar de acreditar que muito dessa química é devido a grande amizade que já existe entre os atores, a Maisa e o João Guilherme. Ainda assim quero que esse romance se concretize em uma possível segunda temporada.
Representatividade é sinônimo de atualidade
Pra quem já teve o prazer em ler o livro que inspirou a série, é de conhecimento que Camila sempre foi mulher cisgenêro em De Volta aos 15. Na série conhecemos César, que é interpretado por uma atriz não-binária, Pedro Vinícius. Na fase adulta descobrimos que César é Camila, uma mulher trans, coube a atriz Alice Marcone dar vida a Camila. Que inclusive foi uma das roteiristas da série.
A atualização desse roteiro foi muito benéfica trazendo pautas que não foram abordadas lá em 2013 quando Bruna Vieira escreveu o livro. A representatividade LGBTQIA+ se faz necessária na atualidade e enriquece ainda mais o enredo.
Com produção de Carolina Alckmin e Mayra Lucas, da Glaz Entretenimento, e direção de Vivianne Jundi e Dainara Toffoli, a série foi adaptada e roteirizada por Janaina Tokitaka. Renata Kochen, Alice Marcone e Bryan Ruffo também assinam o roteiro.
Segunda temporada
Até o presente momento não foi divulgado uma nova temporada. O final da série deixa ela em aberto para isso, afinal Joel consegue acessar o Floguinho da Anita. Além de sempre dar a entender durante a série que ele é quem está mais interessado nas viagens no tempo.
Bruna Vieira já tem um segundo livro sequencial, o De Volta aos Sonhos, cabe então a Netflix confirmar se essa sequência será também adaptada para uma segunda temporada.
E o livro De Volta aos 15?
Vale lembrar que a produção é apenas baseada no livro de Bruna Vieira. A série coloca em tela muito mais a Anita jovem, diferente do livro que essas viagens ao passado são apenas superficiais para mostrar o que muda na vida de Anita adulta. Sendo assim, no livro conhecemos mais a Anita de 30 anos.
Muito da história é contada de forma diferente na série. Exemplo o Henrique, no livro ele se torna amigo de Anita apenas na faculdade. Já Joel nunca nem sequer estudou com a Anita, eles se conhecem só no prédio onde moram.
No livro conhecemos mais São Paulo, são citados o Parque da Independência e do Ibirapuera, já na série temos mais a pequena cidade de Imperatriz.
Não cabe dizer se o livro é melhor que a adaptação, porque se tornaram praticamente produções distintas após as mudanças no roteiro da série. Para os mais curiosos, a dica é ler. Inclusive o livro ganhou uma nova edição com a capa temática da série.
Na escala do M+ a série ganha uma nota 9.0/10.
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De Game of Thrones a Grey's Anatomy, de Breaking Bad a Harry Potter. Bruna é maratonista profissional de filmes e séries, leitora feroz e aspirante a fotógrafa. Produtora de conteúdo e graduada em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi.