Fumito Ueda e Masanobu Tanaka marcam presença na BGS dentro do palco da Twitch Talks

Fumito Ueda e Masanobu Tanaka marcam presença na BGS dentro do palco da Twitch Talks
Fumito Ueda é uma das grandes personalidades do mundo dos games. Criador de ICO, Shadow of The Colossus e The Last Guardian, ele foi uma das atrações para o Twitch Talks, o palco onde acontecem todos os painéis da Brasil Game Show.
Recentemente em entrevista para o site Famitsu, Ueda afirmou que está trabalhando em um novo projeto. Ele explicou que será um novo jogo, sem sequências, mas que ainda está na fase prototípica.
Durante o painel, Fumito explicou que particularmente que não entende a fama de Shadow of The Colossus, principalmente por possuir um enredo um tanto quanto complexa.
“Shadow Colossus é um jogo com uma história muito triste, essa é minha grande surpresa por ter feito sucesso. Na questão de jogabilidade, não é uma novidade que tenha sido bem aceito.”

O painel estava acontecendo ao lado de uma outra figura importante do cenário, o Masanobu Tanaka, chefe de design dos jogos de Fumito.
Perguntado pelo Multiverso+ sobre a ideia do single player ele respondeu:
“Inicialmente o jogo que estávamos pensando era online e multiplayer onde vários jogadores iriam cooperar para derrotar o gigante. Mas pensando o que cada um tinha de competência, optamos por um jogo single player. E foi aí que surgiu  Shadow of the Colossus.” – Falou Masanobu
O Multiverso+ também questionou Ueda sobre qual jogo ele considerava ser o seu favorito.
“O meu favorito foi o primeiro (ICO), porque foi o que mais demorou para ser produzido e por ser o primeiro foi o que me deu mais lembranças e por isso eu gosto mais.”
Seguimos indagando sobre os erros cometidos em The Last Guardian, que por sinal foi um jogo que demorou muito tempo para ser feito.
“Na verdade eu tento não pensar muito nas falhas nos jogos que eu criei. Porque depois que lançado não posso mudar então penso na minha saúde mental, tento não pensar nos erros que cometi porque não vou ter como mudar. Em relação ao jogo demorou muito, mas mesmo quando o projeto não estava andando muito bem, estávamos pensando em como deixar o personagem mais real, como deixar aquele animal mais realístico. E todo aquele tempo que parece que foi perdido, não foi atoa, afinal The Last Guardian é um jogo muito amado no ramo gamer. Dentro de mim, estavam surgindo novas ideias para novos projetos. No final tudo ocorreu bem.”
No painel, a plateia perguntou sobre quais referências ele costuma ter no processo criativo.
“Normalmente tenho minha inspiração dos filmes e outros games. Mas não o conteúdo em si, consigo ter mais ideias quando vejo um trailer ou um preview de um game. E também tem a minha originalidade, que provavelmente seja o diferencial.
No meu caso, na produção do videogame há algumas limitações em questão de prazo, tecnologia. Nem tudo que eu penso pode ser transformado em coisas palpáveis. Eu penso nas minhas limitações e tento transformar em algo bacana como conteúdo.”

Masanobu também foi questionado sobre algumas dicas para quem quer ingressar na área.
“Bom o The last guardian demorou muito tempo para ser concluído, acreditar em si próprio foi muito importante. Mas nem sempre dá certo. Não foi 100% sucesso. Em japonês há um ditado: se começou, termine. Então isso é muito importante. Na carreira do videogame, você deve procurar no que você é melhor, me sinto lisongeado de dar dica para vocês. Nessa carreira tem que estudar muito.”
Uma outra pergunta surgiu da plateia em questão do modo em primeira pessoa no jogo. Ueda respondeu que tem um motivo específico para isso.
“Quando você cria um jogo em primeira pessoa você não precisa pensar tanto na imagem do personagem principal, o movimento da câmera fica mais fácil. Teria menos problema com essa parte e sobraria mais tempo para trabalhar com outras coisas.”
Para finalizar a plateia perguntou sobre qual era a preferência de Fumito para jogos: singleplayer ou multiplayer?
“Tanto multiplayer como singleplayer são muitos divertidos. Mas na minha infância tive mais contato com o single. Como eu tenho mais facilidade em criar algo com base nas minhas experiências, sempre tive a prioridade de criar jogos single.”
Então, o que esperar desse próximo projeto desse MONSTRO da criação de games?