O Esquema Fenício traz espionagem, humor ácido e grande elenco, enquanto eleva ao máximo a tradicional visão estilizada do diretor

Superman nos faz olhar para cima e ver esperança
Após anos de lançamentos conturbados e produções desconexas na busca de empolgar os fãs e competir com a rival Marvel, a DC retornou aos cinemas com Superman, trazendo uma história inédita do Azulão para estrear o Universo DC de James Gunn e Peter Safran. Com uma roupagem totalmente diferente da versão anterior, apresentada por Zack Snyder em Homem de Aço, o filme resgata as origens do Super-Homem, como um herói extremamente humano em meio a todo o seu poder, com inspiração na série de quadrinhos Grandes Astros: Superman (All-Star Superman).
Não são muitos os filmes que acertam tanto no marketing quanto Superman. Com o simples slogan de “Olhe para cima”, o filme que dá início ao DCU entrega tudo que a frase propõe a dizer, em vários sentidos: acompanhar o voo do heroi, ver uma situação de forma diferente, encontrar uma saída em meio às dificuldades, o que é PERFEITO para introduzir um “novo antigo” Homem de Aço.
E apesar de não contar uma história de origem, ele apresenta muito bem conceitos base do Superman (David Corenswet), como os seus pais. sua posição na sociedade como Clark Kent e também o seu relacionamento com Lois Lane (Rachel Brosnahan).

Por não ser um filme que começa este universo do zero, Superman se passa em uma Terra que já está acostumada com a presença de meta-humanos há cerca de 300 anos. Isso possibilita a aparição de heróis como Lanterna Verde/Guy Gardner (Nathan Fillion), Mulher Gavião (Isabela Merced) e Senhor Incrível (Edi Gathegi), que formam a Gangue da Justiça, assim como a relativa calma dos cidadãos de Metrópolis em relação às batalhas.
Entre os super heróis coadjuvantes, vale destacar Lanterna Verde e o Senhor Incrível, que roubam a cena quando estão em tela com um nível ótimo de humor e muito carisma dos personagens, mas a Mulher Gavião fica um pouco abaixo dos seus companheiros por motivos de roteiro, apesar de protagonizar cenas marcantes e boas luta, enquanto o Metamorfo de Anthony Carrigan é divertido e cumpre muito bem o seu papel narrativo. Outro personagem que merece carinho é Krypto, o Supercão, que é extremamente fofo e encaixa como uma luva na trama enquanto é tudo que um pet é: bagunceiro, engraçado, desobediente e adorável.
Já a equipe do Planeta Diário, tem seus momentos de destaque que mostram o potencial dos personagens, mas, com exceção de Jimmy Olsen (Skyler Gisondo), sentimos a falta de mais cenas que aprofundam em suas interações diárias no jornal.

Mas o grande ponto focal da produção é o trio principal: Superman/Clark Kent, Lois Lane e Lex Luthor (Nicholas Hoult), com o vilão motivado por uma inveja e ódio tão genuínos, se estabelecendo como um grande inimigo do Azulão com base em apenas isso e uma inteligência superior, trazida a vida com a atuação marcante de Hoult (conhecido por grandes papéis em filmes como Mad Max: Estrada da Fúria e Nosferatu). Já o nosso grande casal dos quadrinhos, Lois Lane e Clark Kent/Superman, estes tiveram uma representação perfeita nas telonas, com Brosnahan brilhando como uma repórter séria e profissional, mas apaixonada no companheiro de trabalho/super heroi que é meio bobo, sendo bastante puro coração.
E por falar em pureza de coração, o filme é exatamente sobre isso: um Superman 100% humano, ao mesmo tempo em que é 100% poderoso. Com uma criação simples pelos Kent e uma mensagem de “fazer o bem” vinda diretamente de seus pais kryptonianos, o Azulão cresceu com aquela mente inocente e idealista que costumamos ver nas crianças, onde elas conseguem enxergar o bem em praticamente tudo que as cerca e são sempre esperançosas com o que a vida põe diante delas.
Essa nova premissa serve muito bem ao propor um distanciamento da versão anterior do herói, “mais realista”, cínica e sombria, levando os filmes de herói de volta para o seu verdadeiro público: o infantil (mesmo que nós adultos tenhamos uma experiência mais profunda ao ver e ouvir a mensagem deste Superman). Por fim, Superman (2025) é uma obra gostosa de assistir, com um ritmo divertido e personagens cativantes com um claro embate de BEM contra o MAL e uma mensagem que é, por que não, bastante “punk rock”.

Sinopse de Superman:
“Um herói movido pela crença e pela esperança na bondade da humanidade, Superman (David Corenswet) é o herói de Metrópolis há 3 anos e agora terá de conciliar suas duas personas: sua herança extraterrestre como kryptoniano e sua vida humana, como o jornalista Clark Kent vindo da cidade de Smallville.”
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Feito e distribuído pelo DC Studios e Warner Bros. Pictures, Superman estreou nos cinemas brasileiros em 11 de julho de 2025, sendo o primeiro filme do Universo DC de James Gunn e Peter Safran. Confira o trailer oficial do filme:
Comentários
Nascido em 98 na pequena Pindamonhangaba, sou um cara comum que curte falar de filmes bons, música e o que mais eu estiver gostando no momento.