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AfroReggae nos esports: Conheça o "AfroGames", primeiro centro social de games e esports do mundo localizado numa favela
O Grupo Cultural AfroReggae é uma organização não governamental fundada em 1993 com a missão de promover a inclusão e a justiça social por meio da arte, da cultura afro-brasileira e da educação.
Inclusão e inovação são valores que o AfroReggae promovem. Em 2000 inciaram oficinais de informática na Associação de Moradores de Lucas, com o apoio do Comitê de Democratização da Informática. A inovação para inclusão de jovens de comunidade no mercado de trabalho, a partir de 2018, é através do esport.
O Multiverso+ teve a oportunidade de entrevistar José Junior, o fundador do AfroReggae, e Ricardo Chantilly, empresário musical e o idealizador do projeto AfroGames.
Confira a entrevista completa abaixo.
José, você vê o esport como forma de profissionalização de jovens?
José Junior: Sim. Acredito muito que através do esport você possa de alguma maneira, não só estimular os jovens a praticar o esporte digital, mas também usar isso como uma ferramenta de inclusão, transformação social e cultural.
São muitas as possibilidades de estar disputando com pessoas de diversas partes do planeta, isso traz uma configuração muito nova. E eu percebo, também, um interesse muito grande de uma maneira multi-classe social, claro que, jovens de bairros populares, favelas e periferias tem dificuldades com a questão do acesso à equipamentos, uma boa banda larga, mas isso aconteceu em todos os esportes aonde o “chamado” publico jovem, negro e pobre do mundo inteiro teve quando quis acessar outras modalidades como o futebol, o boxe como ou o basquete, e com o esport não está sendo diferente. O problema todo é que tem um custo operacional muito alto, mas através de parcerias que estamos fazendo com o empresário Ricardo Chantilly, eu acredito que o projeto AfroGames tem grandes possibilidades de impacto e de fazer com que de alguma forma a gente possa mudar a vida de muitos jovens.
De onde surgiu a ideia de ter o esport como projeto no Afro Reggae?
Ricardo Chantilly: Como nós trabalhamos com entretenimento, há dois anos nós vimos que os esports estavam crescendo muito, e que realmente era uma tendência até de nós nos atualizarmos como escritório, e contratamos a Bruna Alvarenga. E ela trouxe como novo negocio o esport e nós achamos perfeito pelo segmento já estar nos planos para novos negócios. Calhou de o primo dela ser um dos donos da SG e-sports de Dota 2, foi daí que fizemos uma parceria e conseguimos patrocínio para levar o time para o Kiev Major.
A experiência com a SG e-sports foi muito rica pra gente e acabou sendo a nossa porta de entrada para os esports. A partir daí começamos a estudar mais sobre o segmento, fomos para o “the international Seattle” e ficamos imersos quatro dias no evento analisando tudo, paralelo a isso ocorreu que o Junio, que é meu amigo há vinte anos, entrou em contato comigo para renovar o projeto musical do AfroRaggae. Pelo segmento musical está muito saturado e existir um monopólio muito grande, mostrei à ele o esport através de vídeos, jogos e, também mostramos o documentário da vivo (Game Changers). Ele ficou impressionado com os números, mas notou que não havia nenhum negro atuando como jogador. E daí surgiu a ideia de transformar o AfroReggae em um centro de games e esports.
Quais são os objetivos do AfroGames?
Ricardo Chantilly: Pretendemos ter três salas, uma para LoL, outra para Dota 2 e a terceira para CS:GO. Cada sala com equipamentos para suportar vinte alunos, onde os jovens vão aprender a jogar essas modalidades e também vão ter aulas de inglês, aulas de musicas para games, fora outras oficinas dentro do AfroRaggae. As aulas serão para jovens e crianças que não são jogadores, para que possam aprender do inicio e se desenvolverem com o tempo. E isso tudo como um projeto social dentro da favela ou favelas, onde vamos oferecer os recursos para o desenvolver e revelar atletas de alta performance para o mercado de esporte eletrônico.
Também temos como objetivo fomentar o esport através do projeto social, para que o Brasil, a um média prazo, consiga ter o cenário de esport desenvolvido como vemos na Europa, Asia e America do Norte, que tem uma base de jogadores profissionais muito grande.
Durante o Rio Esports Fórum, foi abordado por Bárbara Gutierrez (Versus) e Rodrigo Guerra (ESPN Esports) o tema representatividade. O projeto do AfroReggae vem com o propósito de levar o esport até um público menos favorecido, o que já é um grande mediante ao tema abordado pelos jornalistas citados anteriormente.
Para mais informações sobre o Afroreggae e seus diversos projetos sociais, acesse: afroreggae.org
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