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Polar: Crítica
E temos mais uma. Mais uma adaptação de HQ’s para a mídia cinematográfica/televisiva. E dessa vez, seguindo uma tendência que vem sendo cada vez mais comum nos últimos 2 anos, temos uma adaptação de uma HQ fora do eixo Marvel – DC, publicada pela Dark Horse Comics, Polar é uma HQ do gênero de ficção noir e ação, que chega a nós pela Netflix.
OK, E SOBRE O QUE É A ESTÓRIA?
Polar conta a estória de Duncan “The Black Kaiser” Vizla, um assassino pertencente a uma organização de assassinos por encomenda que, por causa de uma política de aposentadoria obrigatória da empresa, está à 14 dias de se aposentar a partir do ponto em que a estória começa. Porém, por necessidades contratuais, entra em conflito com outros assassinos. Basicamente é isso que move o filme, através de diversas cenas de violência, sexo, e um pouco de melancolia e drama que poe o filme dentro do gênero de ficção noir e ação, preservando assim o teor do material original.
Apesar de, em um primeiro momento Polar se parecer muito com outros filmes de ação atuais como John Wick, Polar se diferencia justamente por ter em seu roteiro elementos de noir que trazem uma sensação bem peculiar ao filme, desde a relação personagem – ambiente, ao figurino e comportamento.
ENTENDI, MAS E O FILME EM SI?
Bem, ai vem o problema: apesar de ter uma premissa que agrada tanto ao fã de filmes de ação quanto ao fã de filmes noir, no fim o longa não consegue ser bom nem em um nem no outro.
O filme começa muito bem, com a trama que será desenvolvida sendo apresentado logo no início, início esse que tem quase todos os elementos que montam o filme, menos o noir, e nisso que o filme peca, mas peca muito. O ritmo e qualidade do filme mudam de acordo com o núcleo que está em foco, e o núcleo dos vilões é muito ruim. Desde atuações muito meia boca até ações gratuitas e desnecessária, o filme constrói uma diferença enorme entre o protagonista e seus adversários, ao ponto que quando eles entram em conflito o espectador não fica surpreso em ver a diferença entre o Black Kaiser e o bando de jovens que ele enfrenta. Não há realmente um desafio combativo para o protagonista (essencial para um filme de ação), e em grande parte a situação de dificuldade que ele passa é por que um personagem que aparece do nada o incapacita através de uma estratégia muito cliché do gênero.
Katheryn Winnick (Vivian) faz uma atuação nem ruim, nem boa, mas que no fim podemos considerar como um saldo positivo do filme, mas ela é uma das poucas atuações que realmente não desagradam. Além dela, vale a pena destacar Mads Mikkelsen (Duncan “The Black Kaiser” Vizla), que se você parar para pensar não é tão difícil para ele fazer esse tipo de personagem, afinal outros papeis dele seguem mais ou menos as mesmas linhas de características de Duncan (personagem imponente, perigo e experiente), mas que realmente está muito bem feito no longa, e destaco principalmente a personagem de Vanessa Hudgens (Camille) que foi dentre todo o elenco quem melhor atuo, e que entregou realmente um personagem interessante, que infelizmente é diminuído pelo roteiro em favor da ação, muito mal entregue por sinal essa “ação”, e que no final é o único personagem que cresce com o decorrer do filme, apesar de que o plot final é um pouco forçado e muito jogado durante o filme.
Saindo um pouco das atuações, o filme tem um roteiro muito comum e fraco, com muitas furos e situações extremamente convenientes, além do que tem personagens que caem do nada na estória para servir apenas de trampolim ou obstáculo para o objetivo do protagonista, o que puxa muito a qualidade do filme pra baixo. No mais o que vale apena destacar é o ambiente, que diz muito dos personagens que estão inseridos no meio e o comportamento, que é algo interessante de se ter, principalmente em um filme noir pois faz parte do gênero não apenas nós, espectadores, estarmos observando os atores e suas atuações, mas também como o ambiente conversa com toda a composição da cena, trazendo mais sentimentos e clima para a situação.
Bem dito isto, Polar não consegue ser um filme que vale a pena priorizar para assistir, tem um roteiro um pouco confuso e principalmente muito fraco. O ponto alto do filme são as cenas em que Duncan e Camille estão junto, que entretanto são apenas um terço do filme. No fim, o filme fica com uma nota 05/10 na escala de qualidade do Multiverso+. Não desaconselho o filme, mas tem mais filmes interessante para ver tanto no cinema, quanto na própria Netflix, sejam eles do mesmo gênero de Polar ou não.
Mas e você? O que achou de Polar? Deixe nos comentários sua opinião, em especial dessa vez se você é leitor da HQ Polar, por favor deixe sua opinião do filme como uma adaptação, e siga o Multiverso+ nas redes sociais.
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