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Exterminador do Futuro: Destino Sombrio – Crítica

A franquia do futuro produziu mais um longa para a família, e dessa vez não é só o filme que é a novidade: James Cameron está de volta e Destino Sombrio desconsiderou os filmes 3, Salvação e Gênesis.

COMO ASSIM ELE DESCONSIDEROU AS SEQUÊNCIAS?

Calma caro leitor, vamos devagar.

Desde as gravações de Exterminador do Futuro 2, o então diretor James Cameron, tinha deixado claro que ele não queria dar sequência a essa história. E se pararmos para pensar, realmente o 2 fecha a história muito bem, tanto é que a justificativa da existência do 3 é a completa negação de que no anterior a Sarah, John e T-800 não teriam conseguido impedir a criação da Skynet.

E, além de o diretor do 1 e do 2 não querer dar sequência à franquia, junta-se o fato de que o 3, Salvação e Gênesis foram filmes feitos sem o Cameron ter direitos sobre a IP, o que não acontece com Destino Sombrio.

Acho que entendi, então o criador da franquia não podia nem impedir de ter outros filmes. Mas porque desconsiderar os que ele não fez?

Bem, não foi uma decisão apenas dele. James Cameron  é apenas o produtor deste filme (o diretor da vez é o Tim Miller, mesmo diretor de Deadpool), mas ao conversar com David Ellison (produtor e CEO da Skydance Media) ambos concordaram que o atual rumo da franquia estava sendo não apenas ruim para o estória, mas também para o rendimento. Exterminador 3, Salvação e Gênesis renderam mal para o custo de ambos: desde o Exterminador 3, a franquia só consegue pagar seus custos por causa da arrecadação mundial.

Para vocês terem uma ideia, se Gênesis fosse depender apenas da bilheteria doméstica (dos EUA), o filme que custou aproximadamente $155 milhões teria arrecado só $89.760.956. Com a bilheteria doméstica de Gênesis, o filme teria acarretado um prejuízo de aproximadamente $65 milhões.

Poxa, mas isso não vai deixar os espectadores confusos?

Na verdade não. Na verdade voltar a história pro 2º é, de muitas maneiras, benéfico para a franquia. Não apenas volta para o auge da franquia, mas também um espectador que nunca viu os filmes terá que apenas ver dois filmes, em vez de cinco.

E sendo bem sincero, foi uma das melhores coisas que aconteceram com Exterminador.

Destino Sombrio é, para um filme de ação, um longa metragem ótimo.

Tim Miller já tinha conseguido se gabaritar no cinema de ação com Deadpool, mas com esse filme ele realmente consegue fazer bonito. Do início do filme ao fim, a ação é crescente e de muita alta qualidade em diversos aspectos: os efeitos sonoros são bons (principalmente das pancadas e explosões) e a coreografia é muito fluída e passa bem a sensação de peso de cada golpe dado pelas máquinas. Os efeitos visuais mantém um padrão de qualidade alta da franquia, mas dessa vez não é um dos fatores que se destaca muito o tempo todo.

Pô, interessante. E quanto aos personagens?

Quanto aos personagens, tem uma coisa que é unanime a todos: a caracterização foi muito bem feita, e arrisco dizer que seja, ao lado da ação, a maior qualidade do filme.

Mas quanto a atuação, devo dizer que são os velhos que mandam. Linda Hamilton (Sarah Connor) consegue fazer uma atuação de uma mulher forte, experiente, guerrilheira e implacável tão bem que em grande parte do filme ela eclipsa a Mackenzie Davis (Grace) e a Natalia Reyes (Dani Ramos). Não apenas em relação à atuação, mas a personagem da Sarah Connor é muito mais interessante e bem escrita que a Dani, e um pouco mais que a Grace, e, somando isso com a qualidade de atuação faz com que a nossa matadora de exterminadores veterana se destaque muito mais em relação a todos os outros personagens.

Isso vale até por Arnold?

Sim, caro leitor, vale, mas quanto ao personagem do Arnold eu prefiro não falar muito dele, pois se tem uma coisa que os trailers não deviam ter mostrado é o personagem dele. É sério, os trailers deram um baita spoiler do filme.

O pouco que posso dizer sem spoiler é que o personagem trás muita profundidade para a questão do convívio humanidade – máquina que já tinha sido muito bem explorado no excelente e icônico Exterminador do Futuro 2.

E o vilão convence?

Se tem uma coisa que esse vilão faz com primazia é passar a sensação de ameaça. Arrisco dizer que nem o T-1000 passava tanta sensação de perigo quanto o Rev-9 consegue passar nesse filme. É surpreendente o quanto um personagem que não pode demonstrar emoções consegue fazer uma diferença tão grande para o roteiro, e o ator Gabriel Luna consegue entregar bem o papel de uma máquina assassina e extremamente inteligente.

Eita! Então esse filme é um concorrente à melhor da franquia?

Absolutamente… NÃO.

Veja bem, apesar de Destino Sombrio acerta muito bem na ação, efeitos sonoros e caracterização, ainda faltam algumas coisas para fazer dele um concorrente ao incrível Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final.

O roteiro do filme é muito bom, mas seu desenvolvimento é precário. A parte inicial do filme que deveria construir a nossa empatia com os novos personagens é muito fraca em questões de diálogos e apresentação dos personagens, principalmente em relação a Dani Ramos, que é a personagem chave da trama. Como já foi explicado, a atuação excelente de Linda Hamilton engole as duas novas personagens, e partes importantes da trama acabaram vazando nos trailers, o que diminui bem as surpresas que o filme trás.

Como um filme que veio para rebootar metade da franquia, esse filme consegue ser ótimo, e não é exagero dizer que dá uma sobrevida para a marca Exterminador do Futuro.

Então como fica a nota?

Esse filme realmente merece uma nota boa. Pegando uma média de notas da franquia internet a fora geralmente o 1º fica com 8,0 – 8,5/10, o 2º fica com 8,5 – 9,0/10, e o 3º ,Salvação e Gênesis ficam com 6,0 – 6,5/10.

E, é com enorme prazer que digo que Exterminador do Futuro: Destino Sombrio é um filme nota 7,5/10 na escala de qualidade Multiverso+. As falhas no desenvolvimento do roteiro deixam ele atrás dos dois originais, mas ainda assim é um filme muito superior aos três que foram desconsiderados.

E você caro leitor? O que achou do novo filme dessa franquia mecanizada? Escreva nos comentários sua opinião e siga o Multiverso+ nas redes sociais.

Hasta la vista, baby.

Comentários

Um historiador por profissão, que ama cinema e televisão e escreve por diversão.

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