Tempestade Ácida (Acide) é um alerta sobre o que pode acontecer se não cuidarmos melhor…
Caçadores de Trolls: a Ascensão dos Titãs – Crítica com Spoilers
E feliz, e infelizmente, a saga Contos de Arcádia chega ao fim com Caçadores de Trolls: a Ascensão dos Titãs. Depois de 6 temporadas divididas em 3 séries, a animação produzida por Guilherme Del Toro chega a sua conclusão em um dos mais recentes longa metragens da DreamWorks em parceria com a Netflix.
E o Multiverso+ traz para vocês o que achamos desse Series Finale:
O filme vem para fechar os desenhos. Eu tenho que ter visto todos eles para entender?
Essa é uma pergunta muita justa de se fazer. O filme em si tem, como introdução, um bom resumo de toda a história até aquele ponto, pegando pontos chaves das três séries sem se tornar maçante ou cansativo.
Então respondendo: não. Não precisa.
Entretanto, quem tiver visto as séries vai conseguir pegar detalhes e ter um apego maior aos acontecimentos do que quem caiu de paraquedas no filme. Por isso, eu recomendaria dar uma chance para as séries Caçadores de Trolls, Os 3 Lá Embaixo e Magos, que compõem junto com Ascensão dos Titãs os Contos de Arcádia. Apesar do público alvo ser o infantil, é um desenho leve e divertido.
Entendi. E o filme em si?
O filme parte diretamente da conclusão de Magos, onde o jovem mago Douxie assume seu papel como sucessor de Merlin, e o jovem Jim perde seus poderes como Caçador de Trolls após o embate final contra o corrompido Rei Arthur e os magos da Ordem Arcana.
A trama se desenvolve com os embates dos heróis das 3 séries de Contos de Arcádia para poder impedir que a Ordem Arcana conclua o seu plano de retornar a Terra a sua forma original, o que mataria toda a vida do planeta. E, ao mesmo tempo que há o embate contra a Ordem, Jim e os outros heróis devem correr atrás de um meio de se prepararem para a pior das situações.
O filme em si gira principalmente em torno de Jim, deixando os outros personagens completamente em segundo plano. O que no fim não é ruim, afinal são mais de 9 personagens só no lado dos heróis. A narrativa do filme se beneficiou muito em não precisar fazer inúmeras apresentações, limitando a presença de poucos novos personagens, e todos esses bem passageiros.
Hm… legal. Mas como vai esse filme de Caçadores de Trolls?
O filme é uma ótima conclusão para toda a saga de Contos de Arcádia.
Não apenas na questão narrativa, que falaremos mais disso, mas também na qualidade técnica das animações. Tecnicamente, o filme é muito bem feito. A animação em 3D que é bem utilizada desde Caçadores de Trolls (primeira das três), aqui alcança sua melhor produção com momentos belíssimos, desde as cenas de combate até ao ambiente em si que a história se passa.
O roteiro trabalha bem tudo o que Caçadores de Trolls, Os 3 Lá Embaixo e Magos constrói e entrega, criando uma dinâmica entre os personagens muito boa e fluída, fazendo com que o desenvolvimento da narrativa cresça de uma maneira muito saudável, sem parecer forçado. Este ponto é um dos mais fortes do filme, que é um ponto que costuma ser um problema em filmes crossover.
Já na estória do filme, ao concentrar o longa no Jim, o filme deu um espaço necessário para costurar os pontos soltos deixados pelas outras séries, pois, sendo Jim o primeiro protagonista e principal ponto de convergência das três séries, o personagem era o que mais precisava guiar a narrativa para a conclusão.
Mas isso quer dizer que os outros aparecem pouco?
Não. Na verdade, por causa do Jim estar enfraquecido por ter perdido os poderes de um Caçador de Trolls, ele não participa tanto da ação do filme até a conclusão, o que abriu um bom espaço para os outros personagens. Porém tudo o leva a ser o grande herói do filme, e sem ser forçado.
Caçadores de Trolls: a Ascensão dos Titãs tem um ótimo equilíbrio entre o tempo de tela dos personagens, o que colabora muito para como o filme vai terminar. Mas mais importante é que o roteiro não tem medo de ter consequências, mesmo sendo um filme direcionado para o público infantil.
3 PERSONAGENS MORREM !
E isso aumenta muito a importância da situação em que os personagens estão inseridos. A sensação de perigo que a perda de personagens traz para uma narrativa é importante quando a trama em si envolve altos riscos, o que no caso de Caçadores de Trolls: a Ascensão dos Titãs é do fim de toda a vida na Terra.
E as perdas são de personagens de peso. No meio do filme morrem Nomura e Strickler, dois dos personagens que a mais tempo estão do lado de Jim, e no final morre o amigo de longa data do herói, o Bobby.
O QUE! UMA CRIANÇA MORRE!
Sim caro(a) leitor(a). Mas não se preocupe. Mesmo com perdas tão grandes assim, no fim a situação é resolvida com um artifício que já havia sido apresentada no longa, uma verdadeira “Arma de Chekhov”. O fim do filme, apesar de no seu decorrer ter grandes perdas, é reconfortante, e consegue quebrar bem o clima que o confronto final deixa.
E qual é a nota de Caçadores de Trolls?
E então que o filme consegue de fato entregar uma ótima conclusão. De defeitos, eu ressaltaria apenas que o filme podia ter uma transição de atos menos óbvio. É muito fácil perceber quando entra o clímax do filme, assim como quando virá a conclusão. Nesse quesito faltou um pouco de polimento no roteiro.
Os personagens continuam muito carismáticos e com uma participação importante, apesar do Jim ser bem mais elevado pela narrativa do que o restante. Isso talvez incomode alguns espectadores, mas não que seja algo que comprometa o resultado final.
Dito tudo isto, acho justo uma nota 8,0/10 na escala de qualidade do Multiverso+ para Caçadores de Trolls, a Ascensão dos Titãs. É um ótimo filme, entrega um bom final para Contos de Arcádia, mas que poderia ter tido um pouco mais trato em certos detalhes.
Enfim, e você? O que achou de Caçadores de Trolls: a Ascensão dos Titãs? Escreva nos comentários sua opinião, e para mais notícias sobre cinema e séries, siga o Multiverso+ nas redes sociais.
M+ Podcast 78: Séries Boas com Finais Ruins
Jackass Forever: saiu o trailer oficial!
M+ Podcast 76: Viúva Negra – Valeu a Pena Esperar?
Comentários
Um historiador por profissão, que ama cinema e televisão e escreve por diversão.