skip to Main Content
Tom Hanks e Kelly Robin Wright em Aqui

Aqui tenta ser grandioso, mas se perde em múltiplas narrativas

Aqui, novo filme do diretor Robert Zemeckis (De Volta Para o Futuro e Forrest Gump), promete uma narrativa diferenciada a partir de um único plano de câmera através de diferentes eras. Mas o que parecia revolucionário pelo trailer deixou a desejar no filme.

Imagine posicionar uma câmera em um tripé e esquecer ela ligada ali por centenas de anos. Da época dos dinossauros até os dias atuais, a câmera fica parada registrando tudo que vê e um filme é montado a partir de diferentes trechos da história acompanhando alguns personagens diferentes. Não tem como não ficar curioso para ver como vão espremer diferentes narrativas em um longa-metragem de 1h44.

Há seis famílias que aparecem mais de uma vez na tela. Cada qual aparece a partir de um ponto de partida e segue evoluindo cronologicamente. Nenhuma trama é igual a outra, mas há pontos específicos de cada uma que servem de ponte para a troca de eras e famílias de forma suave e poética.

Seja por um assunto, uma fala ou jogo de recorte e colagem com retângulos surgindo na tela para mostrar uma área do local em outra era antes de fazer a transição completa. Porém há também muitos cortes abruptos de uma história para a outra. No começo há momentos em que ocorre uma chuva de informação meio desgovernada por conta disso.

Mas nenhuma família ganha tanto destaque quanto os Young, que acompanha desde Al (Paul Bettany) e Rose (Kelly Reilly) comprarem a casa até seu filho Richard (Tom Hanks), que ainda nem tinha nascido nessa época, revisitar o local já idoso – e fechando o ciclo, pois o filme começa na verdade com Richard chegando para revisitar a casa. Talvez este tenha sido o maior pecado de Zemeckis com este filme.

O diretor mostrou um grande favoritismo para com os Young e se perdeu nas demais histórias de Aqui. Se perdeu até mesmo com os próprios Young, se alongando demais em algumas questões familiares que impediam que a história avançasse. Por isso, embora não chegue a 2 horas de duração, a sensação é de que o filme é muito maior.

Outro aspecto que merece atenção é a escolha de não utilizar atores diferentes para cada fase da vida a partir do fim da adolescência. Tom Hanks e seu par romântico Robin Wright representam Richard e Margaret desde a adolescência até a terceira idade.

Esteticamente, o rejuvenescimento do casal parece funcionar em partes a distância, pois dá para perceber que é uma movimentação de uma pessoa mais velha e de um jovem adulto. Mas sempre que eles se aproximam da câmera que os rostos jovens se tornam um show de horrores de artificialidade.

Leia também:
+ Sol de Inverno é um agradável recorte sobre a vida
+ O Auto da Compadecida 2 foi o presente de Natal dos brasileiros
+ Charlie em Ação é a prova de que Pierce Brosnan segue firme e forte

De toda a forma, Aqui fala sobre a vida e relacionamentos. É difícil não se identificar com pelo menos um dos momentos e personagens, exatamente por abranger tanto. Por conta disso, o longa metragem é tocante, mas não é necessário correr para o cinema.

Comentários

Produtora de conteúdo de entretenimento com mais de 5 anos de experiência na área. Estou sempre de olho no mundo em tudo que acontece nos universos de cinema, séries e games para trazer o melhor conteúdo para vocês.

Produtora de conteúdo de entretenimento com mais de 5 anos de experiência na área. Estou sempre de olho no mundo em tudo que acontece nos universos de cinema, séries e games para trazer o melhor conteúdo para vocês.

Back To Top
Verified by MonsterInsights