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homem apoiado a um ancinho na frente e um fogarel atrás com diversos trabalhadores cuidando do campo enquanto queimam o mato

Crítica: O Bastardo é a personificação da resiliência

O Bastardo é um filme obrigatório para te dar aquela injeção de força de vontade, ambição e resiliência. Quase um mini coach misturado com Stardew Valley.

O novo filme de Nikolaj Arcel conta a história do Capitão Ludvig Kahlen, que é interpretado por Mads Mikkelsen (conhecido por obras como Hannibal, A Caça e 007 – Cassino Royale). O capitão é bastardo de um nobre e trabalhou duro para ascender na vida na carreira militar no século XVIII. Foram cerca de 20 anos de serviço para alcançar tal condecoração, sendo que um filho de nobre só precisa servir por 6 meses para alcançar a mesma patente.

Como herói de guerra, depois de anos de serviço faz um pedido para o Rei da Dinamarca. Inclusive fica aí o aviso de que o filme é todo em dinamarquês. Ele quer permissão para se mudar para o ursal, uma área de terra selvagem e inóspita para iniciar uma colônia em nome de sua majestade.

O capitão, seu cavalo e suas limitadas economias vão enfrentar desafios da natureza implacável para iniciar o preparo da terra para uma plantação específica, e secreta por boa parte do filme, em um terreno que todos desacreditam que possa render qualquer tipo de colheita.

Ludvig é um homem bem fechado, de poucas palavras, perseverante e dotado de muitos princípios. Aos poucos, ele vai preparando o terreno e reunindo alguns poucos ajudantes. O que acaba se tornando um problema para Schinkel, um nome da região que não respeita o fato das terras serem do rei e tenta fazer de tudo para Ludvig dobrar o joelho para ele. Afinal, se o primeiro colono enviado pelo rei reconhecer que as terras são do lorde e não do rei, para ele a briga estaria ganha e o ursal continuaria do jeito que estava. Porém, como homem muito ético, Ludvig não de deixa intimidar.

Schinkel tenta e tenta de todas as formas infernizar a vida dele. Sua missão é destruir sua plantação e remover qualquer força de trabalho que possa ajudá-lo. Essa batalha acaba se arrastando por meses. E é aí que eu comparo o filme ao Stardew Valley ou qualquer jogo de fazendinha, pois o capitão faz de tudo para seguir com sua missão. E a cada novo obstáculo parece uma nova fase de um videogame.

Sempre um percalço mais complicado de superar do que o outro. Até porque Schinkel se prova cada vez mais um homem cruel e difícil de contrariar. Mas nem todos os problemas são causados por ele, há alguns de ordem da natureza, relacionamentos humanos com outros personagens secundários e até superstições. O Bastardo vai progredindo realmente como se o protagonista estivesse avançando de fase.

Mas o filme não traz só dificuldades, também mostra como o amor e carinho pode aparecer nos lugares mais improváveis. E é muito bonitinho ver como esses relacionamentos familiares vão se firmando. Vide, por exemplo, a pequena cigana que se afeiçoa por ele e decide ficar na fazenda para ajudar e acabam criando um laço de pai e filha. Além de como o surgimento desses laços pode modificar completamente as prioridades de um ser humano.

O filme O Bastardo tem um total de 2 horas e 8 minutos de duração, que pareceram muito mais. Talvez desse para reduzir ou cortar alguns dos obstáculos para enxugar a trama, mas vale a pena assistir.

O Bastardo
Lançamento: 12 de setembro de 2024
Diretor: Nikolaj Arcel
Elenco: Mads Mikkelsen, Amanda Collin e Simon Bennebjerg

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Produtora de conteúdo de entretenimento com mais de 5 anos de experiência na área. Estou sempre de olho no mundo em tudo que acontece nos universos de cinema, séries e games para trazer o melhor conteúdo para vocês.

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